Volume da neve obstruiu as vias de acesso ao local. Equipes de resgate lutam para retirar animais presos na neve em campos da região
Por clarissa.sardenberg
Itália - A massa de neve e rochas que atingiu o hotel de luxo Rigopiano, localizado em uma zona florestal da cidade de Farindola, a 8 quilômetros do centro comercial arrastou a estrutura por 10 metros. O acidente ocorreu na noite de 18 de janeiro e dois hóspedes que estavam do lado de fora do hotel contataram o Corpo de Bombeiros via WhatsApp para dar o alerta. Os dois foram resgatados com vida, mas um deles foi internado em estado grave com hipotermia.
Havia 22 hóspedes registrados no Rigopiano no momento do acidente, entre eles duas crianças. Outros sete funcionários estavam lá, totalizando 29 desaparecidos. Apenas um corpo foi resgatado até o momento.
O volume da neve obstruiu as vias de acesso ao local e as equipes de resgate tiveram que estacionar as ambulâncias a uma distância de 9km e usar skis de patinação para chegar aos escombros, por volta das 4h40 locais (1h40 de Brasília).
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A primeira vítima foi retirada às 9h30 da manhã de hoje (6h30 de Brasília), depois de 12 horas da avalanche. A cadeia de montanhas San Sasso fica nos apeninos, dentro da região de Abruzzo.O Parque Nacional Gran Sasso foi criado em 1991 e é considerado o maior, em extensão territorial, da Itália.
Animais presos na neve
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A avalanche fez com que centenas de animais ficassem presos em campos e pastos. Por isso, as forças de segurança, bombeiros e equipes de socorro lutam contra o tempo para poder salvar os animais.
Em Fiastra, na província de Marcas, por exemplo, os policiais florestais resgataram cerca de 200 cabras que estavam isoladas no bairro de Portola. A situação para a fauna é crítica porque, em geral, as altas camadas de neve que se acumularam no chão impedem que os animais se alimentem ou que tentem sair de onde estão para buscar alimento.
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Em Amatrice e Accumoli, fortemente destruídas por causa de um terremoto no ano passado e que foram afetadas novamente nesta quarta, os trabalhadores rurais estão recebendo ajuda para conseguir alimentar os animais que estão nos estábulos. "Precisamos ajudá-los porque se eles não conseguirem, teremos perdido tudo e estas duas cidades correm o risco de serem abandonadas", diz em nota a Coldiretti, a associação que cuida dos "cultivadores diretos".
Nenhuma pessoa faleceu por causa dos incidentes, mas uma verdadeira tragédia ocorreu no campo. Ao menos 200 bois morreram em Morge, na comuna de Campli e de Castiglione Messer Raimondo. Na empresa Vicerè, que fica na província de Marcas, a queda das estruturas de estábulos mataram 25 vacas e bezerros e cerca de 30 ovelhas. Na localidade, há ainda 600 vacas e cinco mil ovelhas isoladas em pastos e campos, que aguardam o resgate das equipes especializadas.