Por lucas.cardoso
Valletta - De forma unânime, os países da União Europeia (UE) demonstraram nesta sexta-feira "preocupação" por algumas decisões e atitudes do governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mas afirmaram que não há "sentimento antiamericano" no bloco, durante a cúpula informal de Valletta.
"Há preocupação nos 28 Estados-membros por algumas decisões tomadas pelo novo governo americano e por algumas atitudes adotadas por essa Administração", disse em entrevista coletiva o primeiro-ministro de Malta, Joseph Muscat, presidente rotativo da UE neste semestre.
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"Não houve nenhum sentimento de antiamericanismo na cúpula, mas que temos que nos comprometer igualmente com os EUA, sem ficar calados no que se refere a princípios. Como em toda boa relação, teremos que dizer claramente quando acharmos que esses princípios são pisoteados", acrescentou.
Muscat afirmou que os líderes comunitários abordaram "muito abertamente" a relação transatlântica. Perguntado sobre se o maior perigo para o futuro da UE é Trump ou o presidente russo, Vladimir Putin, ele respondeu que "a maior ameaça é que não perceber que vivemos em momentos históricos e isso requer que agir juntos". Ao ser questionado se a UE espera um papel especial do Reino Unido na relação com os Estados Unidos, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, disse que a intenção é manter "uma amizade e a relação transatlântica o mais forte possível".
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"O Reino Unido pode, dentro ou fora da UE, ser muito útil, e não tenho dúvidas depois das discussões de hoje e do que foi dito por Theresa May (primeira-ministra britânica)", analisou. Tusk afirmou que há "certo espírito de solidariedade entre os 28 Estados-membros", o que qualificou como "bom", assim como uma "forte vontade de proteger a relação com os EUA, a liberdade transatlântica e a ordem internacional".
"Estamos verdadeiramente determinados a isso, Theresa May e os demais primeiros-ministros, toda a UE. Para todos nós, esta é a maior prioridade política, proteger as nossas relações com os Estados Unidos", declarou.
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O presidente do Conselho Europeu também ressaltou que as partes possuem "diferentes temperamentos, diferentes formas de se expressar, mas uma só meta, proteger à UE e a dignidade europeia".