Por thiago.antunes
Londres - O Reino Unido deu mais um passo para sair da União Europeia. A Câmara dos Comuns aprovou ontem o projeto de lei que permitirá ao governo britânico notificar Bruxelas do início do processo do Brexit.
O texto irá agora à figurativa Câmara dos Lordes. A lei não recebeu emendas e teve 494 votos a favor e 122 contra, em uma sessão na qual dezenas de deputados da oposição trabalhista ignoraram a orientação da bancada e rejeitaram a ativação do Artigo 50 do Tratado de Lisboa.
Publicidade
A Câmara Baixa, onde o Partido Conservador da primeira-ministra Theresa May conta com a maioria, rejeitou todas as propostas da oposição para abrandar a saída. Em apenas uma semana, a Câmara dos Comuns aprovou o projeto de lei que já tinha recebido dia 1º o primeiro respaldo parlamentar.
Theresa May conseguiu aprovar com folga a lei na Câmara BaixaEfe

O líder trabalhista, Jeremy Corbyn, ordenou a seus deputados que votassem pela ativação do ‘Brexit’, como expressado pelos britânicos no referendo de 23 de junho, mas cerca de 50 de seus parlamentares se rebelaram, argumentando que suas circunscrições optaram por continuar na UE.

May espera que o projeto de lei conte com o consentimento definitivo das duas câmaras no início de março, para começar então o período de dois anos de negociações formais com a UE para deixar o bloco comunitário.
Publicidade
A primeira-ministra se viu obrigada pelo Supremo Tribunal a pedir permissão ao Parlamento para iniciar a separação, mas mantém inalterado seu calendário. Seus planos passam por invocar o Artigo 50 antes do fim de março, com o que o Reino Unido romperia os laços com a União Europeia no início de 2019.
May tornou explícita a intenção de fazer um ‘Brexit duro’, que tire o Reino Unido do mercado único — o clube que permite comercializar sem taxas, mas obriga a livre circulação de cidadãos — e da união aduaneira, que fixa tarifas comuns com países de fora.