Por rafael.nascimento
Lima  - O presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, pediu neste domingo a seu colega dos Estados Unidos, Donald Trump, que avalie a deportação do ex-presidente peruano Alejandro Toledo, em busca e captura por supostamente ter recebido US$ 20 milhões em subornos, segundo informou a agência oficial "Andina".
Durante a conversa por telefone que ambos tiveram, Kuczynski solicitou a Trump que avalie a opção da deportação de Toledo dentro das faculdades que a lei de migração americana outorga ao Departamento de Estado. Toledo está supostamente nos EUA, onde vive habitualmente, e, desde quinta-feira, pesa sobre ele uma ordem de captura da Justiça peruana por supostamente ter favorecido a construtora brasileira Odebrecht em seus negócios no Peru em troca de subornos no valor de US$ 20 milhões.
O ex-presidente Alejandro Toledo%2C acusado de crimes de tráfico de influência e lavagemPaco Chuquiure/EFE

Trump ligou para Kuczynski do avião presidencial, o Air Force One, no meio da incógnita do paradeiro de Toledo, depois que hoje se soube que ele não viajou de San Francisco, Califórnia, para Israel, versão que ontem à noite o governo peruano trabalhava.

Além da busca de Toledo, os dois presidentes também comentaram outros assuntos da relação bilateral e suas opções de cooperação em defesa da democracia e luta anticorrupção, e seguidamente Trump convidou Kuczynski a visitar os EUA em uma data ainda s ser definida.

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O ministro peruano do Interior, Carlos Basombrío, advertiu neste domingo em entrevista à emissora "Radio Programas del Perú" (RPP) que Toledo ainda pode sair com liberdade dos EUA porque a Justiça americana ainda não ordenou sua detenção em seu território. Basombrío comentou que os EUA solicitaram à Promotoria mais documentação e detalhes sobre os motivos para a captura de Toledo para assim poder proceder com ela.
O ministro esperou que as observações indicadas pela Justiça americana possam estar aceitas nesta segunda-feira e desejou que Toledo possa estar à disposição da Promotoria peruana o mais rápido possível.
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Toledo é acusado por supostos crimes de tráfico de influência e lavagem de ativos por cobrar os subornos em troca de conceder à Odebrecht a licitação da Estrada Interoceânica do Sul, que atravessa o território peruano, desde a costa do oceano Pacífico até a fronteira com o Brasil.
Toledo é a primeira grande figura da política peruana envolvida no caso Odebrecht, empresa que admitiu à Justiça americana ter pagado US$ 29 milhões em subornos a funcionários peruanos entre 2005 e 2014, período que compreende os governos de Toledo (2001-2006), Alan García (2006-2011) e Ollanta Humala (2011-2016).