Washington - As escapadas de Donald Trump para a Flórida, as viagens de seus filhos pelo mundo e o fato de a primeira-dama morar em Nova York geram gastos milionários e complicam o trabalho do Serviço Secreto nos Estados Unidos — como se o presidente já não tivesse problemas suficientes. Nesta terça ele cumpriu outra promessa de campanha: apertar o cerco a imigrantes.
Pelo terceiro fim de semana seguido, Trump descansou em seu luxuoso clube particular em Palm Beach, já batizado por ele como ‘Casa Branca de inverno’. As despesas do deslocamento — e todos os agentes que o acompanham — de Washington se somam às de Melania Trump, que saiu de Nova York para encontrar o marido.
A primeira-dama não se mudou para a Casa Branca e decidiu ficar na cobertura da Trump Tower de Manhattan para que seu único filho, Baron, termine o ano letivo em Nova York.
Os dois filhos adultos de Trump, que agora controlam o império da família, viajaram no fim de semana para os Emirados Árabes Unidos para inaugurar um campo de golfe. Desde janeiro, Donald Jr. e Eric foram também ao Uruguai e à República Dominicana. E iam ontem ao Canadá para abrir uma Trump Tower em Vancouver.
A viagem de Eric a Punta del Este para promover a empresa custou US$ 97.830 aos contribuintes americanos, de acordo com o ‘Washington Post’. Apesar de ser uma viagem de negócios, a segurança do jovem é de responsabilidade do Serviço Secreto por ele ser filho do presidente.
O detalhe das despesas também revela o custo das escapadas de fim de semana de Trump à Flórida. Calcula-se que cada viagem do presidente a Mar-a-Lago custe US$ 3,6 milhões. Dessa forma, os gastos das três viagens superariam US$ 10 milhões.
De pedra a vidraça
Trump foi um dos maiores críticos das viagens de Obama, mas analistas apontam que, nesse ritmo, a conta de suas andanças será amplamente superior à de seu antecessor.
O grupo Judicial Watch estima que as despesas de viagem de Obama foram de US$ 97 milhões em oito anos. Levando em consideração as contas das escapadas das primeiras semanas de Trump na Casa Branca, ele ultrapassará Obama em centenas de milhões de dólares neste mandato.
Mas Trump não é perseguido só pelas críticas que fez às viagens de Obama. Ele também tinha prometido em entrevista ao ‘The Hill’ em 2015 que “raramente sairia da Casa Branca” se fosse eleito porque haveria “muito trabalho”.