Peru - O ex-presidente de Peru Ollanta Humala negou, nesta quarta-feira, ter recebido o financiamento da empresa Odebrecht na campanha eleitoral que o levou a ganhar a Presidência do país em 2011, tal como afirmou o ex-presidente da companhia Marcelo Odebrecht à Justiça do Brasil.
Humala declarou aos jornalistas, na porta de sua casa em Lima, que não tem ideia de qual é a motivação de Marcelo Odebrecht e do ex-diretor da empresa no Peru Jorge Barata para fazer essas afirmações, que, segundo o ex-presidente, "não estão certas".
"O que nós fizemos na campanha é que nos reunimos com todos os grupos empresariais, e nos reunimos em embaixadas, nas sedes institucionais, e vieram a nossas sedes, mas não houve financiamento nesse momento, senão o teríamos reportado", assegurou Humala.
O ex-presidente (2011-2016) acrescentou que não via "maior transcendência no tema, em que o empregador corrobora o que diz o empregado", visto que Jorge Barata também confessou essa suposta contribuição de US$ 3 milhões ao promotor peruano Hamilton Castro, como foi divulgado em fevereiro passado.
Segundo a delação que Odebrecht fez à Justiça e divulgada pelo jornal O Estado de S. Paulo, ele admitiu que, perante um pedido do então ministro Antonio Palocci, teria entregado "via Setor de Operações Estruturadas, US$ 3 milhões ao candidato à Presidência do Peru Ollanta Humala" para a campanha presidencial de 2011.
Segundo as declarações de Jorge Barata divulgadas pela imprensa em fevereiro, as contribuições foram feitas a pedido do PT, do ex-presidente Luiz Inácio Lula Da Silva, e algumas foram entregues pessoalmente à Nadine Herédia, esposa de Humala.
A Promotoria peruana investiga Humala e Nadine, líderes do Partido Nacionalista Peruano (PNP), por lavagem de dinheiro ao supostamente terem gerenciado um financiamento ilegal de sua legenda política durante as campanhas para as eleições presidenciais de 2006 e 2011.