Caracas - Opositores e governistas se mobilizavam nesta quarta-feira nas ruas de Caracas, no que deve ser uma das maiores manifestações no país em meio à crescente tensão política e a pedidos internacionais para que o governo de Nicolás Maduro respeite as instituições democráticas. Centenas de guardas lançaram gás lacrimogêneo para dispersar milhares de opositores que marchavam por uma das principais avenidas do oeste de Caracas. Um jovem de 17 anos morreu após ser atingido por um disparo na cabeça próximo dos protestos, segundo uma autoridade médica.
Centenas de guardas bloqueavam com equipes antimotim e pequenos tanques uma das vias pelas quais os oposicionistas tentavam chegar ao centro de Caracas. O diretor do Hospital das Clínicas de Caracas, Miguel Salomón, afirmou que um jovem de 17 anos morreu após ser atingido por uma bala na cabeça. O jovem foi identificado como Carlos José Moreno, que não resistiu a uma cirurgia para a retirada do projétil. Não está ainda claro de onde teria partido o disparo.
O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, afirmou que o país deve servir como advertência para toda a América Latina. "A Venezuela, que deveria ser um dos países mais prósperos do hemisfério, nos mostra os custos de uma democracia falida. Nos mostra o custo da exclusão, da polarização de um governo fictício", afirmou Almagro durante o Fórum Estratégico Mundial, que se realiza em Coral Gables, perto de Miami.
Já o ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, disse que os governos estrangeiros não deveriam se envolver em assuntos internos da Venezuela. "Os atores internacionais deveriam ter em conta, e muito prioritariamente, que a Venezuela é um Estado soberano, que tem um governo democraticamente eleito e legítimo", afirmou Rodríguez em Lisboa, durante visita oficial.