Cidade do Vaticano - O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), participou da audiência pública com o Papa Francisco realizada ontem de manhã no Vaticano. Doria esperou cerca de uma hora e meia para cumprimentar o Pontífice e refazer o convite para que Francisco vá ao Brasil em outubro para a celebração dos 300 anos da aparição de Nossa Senhora Aparecida.
Em um clima descontraído, que permitiu até risadas do Santo Padre, Doria pediu que Francisco abençoasse as pessoas mais pobres e humildes do Brasil. O prefeito descreveu o breve encontro como emocionante e disse ser um privilégio poder estar ao lado do Papa. “Francisco foi muito atencioso, não mostrou pressa e me ouviu com calma”, disse Doria.
O prefeito aproveitou o momento para entregar a Francisco uma cópia do livro ‘Genesis’, de Sebastião Salgado, ressaltando a importância do fotógrafo brasileiro. Na sequência, disse que sabia que o Papa era um fã da Seleção Brasileira e ofereceu uma camisa assinada por todos os jogadores e uma bandeira do Brasil.
“Neste momento, pedi a ele que revisasse a sua decisão de não ir ao Brasil em outubro para a celebração da aparição de Nossa Senhora Aparecida, ele disse que era difícil, mas respondi que difícil não é impossível”, afirmou o prefeito. Após o pedido, o prefeito beijou a mão de Francisco e fez fotos.
O Papa enviou uma carta ao presidente Michel Temer na qual dizia que recusaria o convite por causa da agenda intensa de compromissos.
Na carta, Francisco aproveitou para cobrar o presidente e pediu medidas que evitem agravar a situação da população carente no país. “Sei bem que a crise que o país enfrenta não é de simples solução, uma vez que tem raízes sociais, políticas e econômicas, e não corresponde à Igreja nem ao papa dar uma receita concreta para resolver algo tão complexo”, escreveu o Pontífice.
“Não posso deixar de pensar em tantas pessoas, sobretudo nos mais pobres, que muitas vezes se veem completamente abandonados e costumam ser aqueles que pagam o preço mais amargo e dilacerante de algumas soluções fáceis e superficiais”, completou o Papa na carta.