Egito - O Papa Francisco encerrou neste sábado a histórica visita ao Egito. Foram apenas 27 horas no Cairo, em um esquema de segurança bastante rígido. Antes de voar para Roma, Sua Santidade rezou missa no Estádio 30 de Junho da Força Aérea Egípcia.
“Só agrada a Deus a fé professada com a vida, porque o único extremismo que Ele permite aos crentes é o da caridade”, disse o Papa durante a Homilia. “Qualquer outro extremismo não vem de Deus e não lhe agrada”, advertiu Francisco a uma plateia de milhares de pessoas, a quem pediu que não tivessem “medo de amar a todos, amigos e inimigos, porque o amor é a força e o tesouro do crente”.
As palavras do Papa foram pronunciadas 20 dias depois dos ataques terroristas contra igrejas coptas no norte do Egito, que causaram a morte de 46 pessoas, e um dia depois de pedir às lideranças religiosas, em sua maioria muçulmanos, que expressassem um “forte e claro não” à violência.
Antes do início da missa, o Pontífice cumprimentou os presentes de dentro de um carro de golfe no qual deu a volta no estádio, ao qual compareceram 15 mil pessoas, segundo o Vaticano. No veículo, Francisco estava acompanhado do Patriarca Católico Copta, Ibrahim Isaac Sedrak.
“A verdadeira fé é a que nos torna mais caridosos, mais misericordiosos, mais honestos e mais humanos. É a que anima os corações que nos levam a amar a todos gratuitamente, sem distinção e sem preferências”, afirmou Francisco. Além disso, o Papa insistiu em sua mensagem de paz entre os diferentes: “A fé nos faz ver o outro não como um inimigo a ser derrotado, mas como um irmão para amar, servir e ajudar”.
Em sua homilia, o papa disse que de nada serve a religiosidade se ela não estiver “movida igualmente por fé e caridade” e advertiu para as tentativas de guardar as aparências, porque Deus “detesta a hipocrisia”. “Para Deus, é melhor não acreditar do que ser um falso crente, um hipócrita”, exclamou o Papa.