Caracas - O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, disse, no Facebook, que a proposta do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, de convocar uma Assembleia Constituinte representa um “golpe”.
Já os Estados Unidos destacaram que o líder “mudou as regras” para manter o poder. Internamente, no entanto, o governo venezuelano colheu apoio importante. O ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López, disse que Maduro terá o suporte de toda a Força Armada Nacional Bolivariana (FANB).
“Vimos que a convocação feita pelo presidente da República é constitucional. Não pode haver algo mais democrático que convocar o Poder Constituinte originário, que é o povo”, disse Padrino López à emissora estatal VTV.
O governo socialista de Maduro diz estar sendo vítima de uma tentativa de golpe desde que a oposição iniciou, um mês atrás, uma onda de protestos pedindo eleições antecipadas, a libertação de uma centena de presos políticos e a separação de poderes, entre outras exigências. Os adversários, no entanto, afirmam que Maduro se converteu em um “ditador” que cala a dissidência e que só quer se eternizar no poder, sempre impedindo eleições.
Elías Jaua, escolhido presidente da comissão para ativação da Assembleia Constituinte e atual ministro da Educação, disse que, “em princípio”, os cronogramas eleitorais serão mantidos. “Claro que antes de 31 de dezembro de 2018 têm que haver eleições presidenciais”, acrescentou.
A Constituição venezuelana permite ao presidente, a dois terços dos membros do Parlamento ou a 15% dos eleitores inscritos no registro eleitoral, convocar uma Assembleia Constituinte. Esta, porém, não pode ser questionada pelos poderes do Estado.