Rio - Recém-formada e preocupada com a busca por emprego, Thâmily Alves, de 24 anos, vive um período de muita tensão. Felizmente, ela já tem o cardápio certo para combater o problema.
Depois de ter passado por uma ansiedade generalizada na infância, a jovem aprendeu a buscar alimentos que auxiliem a produção da serotonina, o ‘hormônio da felicidade’. Itens como banana, brócolis e iogurte natural não podem faltar no cardápio dela. “Eu acordo e já como uma banana. Virou um hábito: se eu ficar sem comer, já sinto uma mudança no meu humor”, contou.
De fato, o que comemos tem efeito sobre como nos sentimos. A nutricionista Aline Quissak ressalta que a má alimentação pode aumentar a tensão. “A maioria acaba optando pela praticidade e não pela qualidade do que está comendo. A alimentação interfere na rotina, não só na produtividade e disposição para o dia, como pode aumentar os níveis de estresse e ansiedade”, explicou.
O Brasil é o segundo país que mais sofre de ansiedade no mundo — 70% da população tem algum tipo de estresse, segundo a International Stress Management Association. Em altos níveis, isso pode gerar pressão alta e até insuficiência cardíaca.
Um dos ‘vilões’ é o cortisol: hormônio liberado em situações de risco e tensão. Ingerir produtos com cafeína ou carboidratos superprocessados só aumenta sua produção. É recomendado procurar substâncias como o triptofano, que ajuda a formar a serotonina; magnésio, que atua nas enzimas do corpo gerando tranquilidade; potássio, fósforo, ferro e proteínas, que aumentam a disposição e diminuem o cansaço.
E não é só escolher bem o cardápio: o momento da refeição deve ser respeitado. A nutricionista Paula Viana,da Academia FitClub, em Vila Isabel, recomenda sentar-se à mesa, sem distrações, mesmo nos lanches. “Mastigar bem os alimentos é importante não só para auxiliar a digestão, mas também para o centro de saciedade do nosso cérebro ser ativado e não comermos mais do que precisamos”, explicou.
Ana Belsito, endocrinologista do Hospital São Vicente de Paulo, lembra que a dieta deve estar sempre aliada aos exercícios físicos para dar adeus ao estresse. “Meditação e alongamento aliviam estresse e reduzem radicais livres, e com isso o risco de doenças cardíacas. Atividades aeróbicas também aumentam a serotonina e melhoram o humor”, disse.
Mais saúde, menos estresse
A alimentação é aliada na hora de controlar o humor e viver com menos tensão. Um nutriente importante na guerra contra o estresse é o triptofano, que, além de diminuir a ansiedade e a hiperatividade, contribui para uma boa noite de sono. Peixes, ovos, banana e chocolate têm este aminoácido.
Outra dica é procurar auxiliares para reduzir a produção do ‘hormônio do estresse’, o cortisol. Opções incluem aveia, abacate e agrião. O ‘hormônio da felicidade’, a serotonina, também ajuda a diminuir o cortisol e causa sensação de bem estar. Proteínas costumam aumentar a produção de serotonina.
Busque também alimentos com propriedades anti-inflamatórias, como o salmão e a cúrcuma. “Como consideramos o estresse uma inflamação, esse tempero se torna indispensável”, disse a nutricionista Aline Quissak, que montou esta lista com dez dicas.