Washington - O presidente dos EUA, Donald Trump, atacou hoje o senador Richard Blumenthal por ter criticado sua decisão de demitir o diretor do FBI, James Comey.
O democrata, de Connecticut, apareceu nas emissoras de TV MSNBC e CNN na manhã desta quarta-feira. À CNN, Blumenthal disse que a demissão de Comey, anunciada ontem, deu início a uma "crise constitucional em formação".
No Twitter, Trump disse que assistir às declarações de Blumenthal foi uma "piada". Ele também criticou o senador por ter dito no passado que serviu no Vietnã. "Blumenthal falava de sua bravura e conquista no Vietnã - mas ele nunca esteve lá", afirmou o presidente na rede social.
Segundo Trump, Blumenthal "chorou como um bebê" e "pediu perdão" quando a verdade veio à tona e agora deveria ser investigado.
Trump já havia criticado Blumenthal anteriormente por afirmar que serviu no Vietnã. O senador fazia parte da reserva da Marinha na época, mas não combateu no Vietnã.
Vice-presidente confirma que demissão tem ligação com investigações sobre campanha eleitoral
O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, afirmou em entrevista para o canal de televisão CNN no Capitólio, em Washington, que a demissão de James Comey como diretor do FBI não tem relação com a investigação da agência federal sobre o envolvimento da Rússia nas eleições presidenciais do país.
O FBI investigava as ligações da equipe do presidente Donald Trump durante as eleições presidenciais com a Rússia e as alegações de que o contato impulsionou a vitória do republicano
O vice-presidente ainda afirmou que esse é o momento de um "novo começo" e que o povo americano havia "perdido a confiança" em Comey. "Estamos confiantes de que o governo encontrará um novo nome para liderar o FBI", disse.
Demissão polêmica
Nesta terça-feira, Donald Trump, demitiu o diretor do Escritório Federal de Investigação (FBI, na sigla em inglês), James Comey, nesta terça-feira. Em um comunicado divulgado há pouco, o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, afirmou que a decisão de Trump foi baseada "nas recomendações do procurador-geral, Jeff Sessions, e do vice-procurador geral, Rod Rosenstein".
No mesmo comunicado, Trump diz que "o FBI é uma das instituições mais apreciadas e respeitadas da nossa nação, e hoje será a marca de um novo começo para a nossa joia da coroa de aplicação de leis". Segundo Spicer, o governo passará a procurar por um novo diretor para o FBI "imediatamente".
O movimento do governo Trump vem após o FBI ter enviado uma carta ao Congresso para corrigir um registro no depoimento de Comey sobre Huma Abedin, assessora da democrata Hillary Clinton. Em uma carta, o FBI afirma que Comey cometeu um erro ao dizer que Abedin enviou "centenas e milhares" de e-mails para o computador de seu marido, o ex-deputado Anthony Weiner. Segundo o FBI, apenas um pequeno número de e-mails foram encaminhados por Abedin.
O futuro sobre estas investigações agora é incerto para a imprensa norte-americana. Desde que assumiu o governo Donald Trump tem desqualificado as informações apresentadas pelo FBI sobre as denuncias de interferência russa.
Em diversas ocasiões, ele usou o Twitter para criticar o FBI e o vazamento de informações da agência para a imprensa. Em geral, Trump chamou as denúncias sobre a interferência russa de "infundadas" e fabricadas.
Desde o anúncio, democratas se posicionam na mídia norte-americana e pedem a nomeação de um promotor especial para continuar as investigações sobre o envolvimento da Rússia nas eleições do ano passado.
Na mídia, a demissão de Comey relembrou o famoso caso 'Watergate', quando o então presidente Nixon ordenou a demissão do promotor especial Archibald Cox , que na época encaminhava uma ação que acabaria com o governo do presidente.
Com informações da Agência Brasil e Agência Estado