São Paulo - O terceiro teste balístico da Coreia do Norte em três semanas parece não ter comprovado nenhuma mudança significativa em suas capacidades tecnológicas. Mesmo assim, ele deve complicar ainda mais os esforços do novo presidente norte-coreano para se aproximar de Pyongyang.
O míssil de curto alcance lançado na manhã de segunda-feira, horário local, voou durante seis minutos até cair sobre as águas entre a península coreana e o Japão. Embora menos perigoso do que lançamentos anteriores, ele é considerado como uma mostra de que a retórica belicosa de Kim Jong Un não deve ser contestada.
Na Coreia do Sul, essa escalada de lançamentos é vista como uma dor de cabeça para Moon Jae-in, que assumiu a presidência em 10 de maio, após um longo processo de desgaste político que culminou no impeachment de sua predecessora, Park Geun-hye. Durante a campanha, Moon prometeu buscar mais diálogo e cooperação econômica com o vizinho do norte - Park adotava uma linha mais dura nesse assunto.
"Isto é ruim para Moon Jae-in, e cria uma expectativa muito alta para a mudança de postura política em relação à Coreia do Norte", afirma Jung Kim, professor de ciência política da Universidade de Estudos sobre a Coreia do Norte, em Seul. "Sem ao menos uma mudança da postura da Coreia do Norte, fica muito difícil justificar qualquer mudança de rota no momento".
Para Cory Gardner, senador e presidente do subcomitê de Relações Exteriores para o Sudeste Asiático, a repetição dos disparos sublinha a indiferença com que Pyongyang recebe o novo presidente.
"Caso Moon deseje tomar uma atitude diferente da perseguida pelo outro governo, isto aparentemente não ficou refletido na Coreia do Norte, que já lançou três mísseis desde que ele assumiu o poder", afirmou Gardner.