Rio - Governadores, prefeituras e empresários americanos, estupefatos com a decisão do presidente Donald Trump de rasgar o Acordo de Paris, anunciaram que assumirão a luta contra as mudanças climáticas e que farão o possível para reduzir as emissões.
Grupo capitaneado pelo ex-prefeito de Nova York Michael Bloomberg já reúne 30 prefeitos, três governadores, 80 reitores de universidades e mais de 100 empresas. Uma maioria de americanos em cada estado — 69% dos eleitores — acha que os Estados Unidos deveriam participar do acordo, segundo pesquisa recente do programa de mudanças climáticas da Universidade de Yale.
O país só perde para a China em volume de gases do efeito estufa jogados na atmosfera, e a saída do pacto tornará difícil evitar que o planeta esquente até dois graus este século.
Pequenos protestos foram feitos na frente da Casa Branca, em Washington, e na frente da Trump Tower, em Nova York. Lá, o ex-prefeito Michael Bloomberg, oitavo homem mais rico do mundo e representante da ONU para Mudanças Climáticas, prometeu 15 milhões de dólares para apoiar os esforços da organização na luta contra o aquecimento global. Esse é o mesmo valor que a ONU deixará de receber de Washington.
Bloomberg foi a Paris e, ao lado do presidente francês, Emmanuel Macron, garantiu que as cidades, empresas e cidadãos do seu país “cumprirão” os compromissos sobre o clima. “Não permitiremos que Washington se interponha no nosso caminho”, declarou Bloomberg, após um encontro com Macron e a prefeita de Paris, Anne Hidalgo.
Putin põe panos quentes
Aliado de primeira hora de Trump, o presidente russo, Vladimir Putin, pediu nesta sexta que todo o mundo trabalhe com Washington pelo clima e disse que não julga seu parceiro por ter decidido retirar seu país do Acordo de Paris.
“Eu não julgaria Obama, perdão, quero dizer Trump, pela decisão que tomou”, afirmou. “Não deveriam fazer escândalo sobre isto, e sim deveriam criar as condições para um trabalho conjunto”, declarou o presidente russo, que citou canção famosa americana: “Don’t worry, be happy (não se preocupe, fique de boa)”.