Caracas - A oposição venezuelana anunciou a realização, dia 16, de referendo para aprovar ou não a convocação do presidente Nicolás Maduro para estabelecer uma Assembleia Nacional Constituinte. “Que seja o povo que decida se rejeita essa medida inconstitucional de Nicolás Maduro”, assinalou o presidente do Parlamento, Julio Borges.
“O processo será manual, mas ainda devemos definir o procedimento. Estamos começando do zero”, advertiu o líder opositor Henrique Capriles ao destacar que a oposição concluirá tudo antes do dia 30, quando o poder eleitoral convocou a eleição dos membros da Assembleia.
Capriles assegurou que a consulta popular será realizada paralelamente a uma escalada dos protestos realizados pela oposição desde abril, que já fizeram 89 mortos. A procuradora-geral venezuelana, Luisa Ortega, pediu ao Parlamento que lute pela democracia, em discurso inédito ontem ante a maioria opositora do Legislativo.
“Vamos lutar pela democracia. Não importa que pensem diferente de nós, devemos condenar a violência venha de onde vier”, afirmou Ortega em sua breve intervenção. Ela também pediu que se façam “grandes esforços para que as vias institucionais e eleitorais sejam retomadas para acabar o mais rápido possível com a violência e evitar mais mortos”.