Paris - A polícia francesa frustrou os planos de um homem que planejava matar o presidente Emmanuel Macron em pleno desfile de 14 de julho, a data mais tradicional do país, na Avenue des Champs-Elysées. A prisão, efetuada semana passada, foi anunciada nesta segunda-feira — horas antes de Macron reunir os parlamentares para encontro em Versailles.
O suspeito, que já foi condenado por apologia ao terrorismo, se define como nacionalista e tentava comprar uma arma na internet. Ao ser detido, o homem afirmou que também desejava atacar “muçulmanos, judeus, negros e homossexuais”.
O terrorista foi localizado em um fórum de jogos eletrônicos, no qual deixou mensagens para comprar uma arma de fogo. Vários internautas o acusaram, e isto permitiu sua detenção em casa.
Austeridade
Diante de congressistas, Macron prometeu uma “mudança profunda”, com reformas incluindo redução em um terço do número de parlamentares. “O que devemos cumprir é uma verdadeira revolução”, lançou o chefe de Estado diante dos deputados e senadores.
Reforma das instituições, medidas reforçadas para a luta contra o terrorismo, reforma da aposentadoria, pacto de descentralização, despertar do sonho europeu... sua longa intervenção permitiu revisar as grandes orientações do seu mandato.
“Um Parlamento menos numeroso, mas reforçado em seus meios (...), é um Parlamento que trabalha melhor”, afirmou, defendendo “ação” e “eficácia” em todos os níveis do poder.
Macron foi o terceiro presidente francês a se expressar diante dos parlamentares em Versailles. François Hollande (esquerda) pronunciou no local um discurso solene três dias após os atentados de 13 de novembro de 2015, após Nicolas Sarkozy (direita) em junho de 2009.
O novo chefe de Estado pretende fazer deste pronunciamento um ritual anual, abandonando a tradicional entrevista televisionada de 14 de julho, feriado nacional da Queda da Bastilha. “Todos os anos vou me apresentar a vocês para prestar contas”, declarou, após criticar os veículos de comunicação, pedindo que parassem “de procurar de forma incessante por escândalos”.