Por gabriela.mattos

Venezuela - Uma mulher morreu, e outras três pessoas ficaram feridas neste domingo quando homens em motos, supostamente membros de grupos paramilitares conhecidos como ‘coletivos’, atiraram em opositores que votavam em Caracas, capital venezuelana, em plebiscito simbólico contra a Assembleia Constituinte convocado pelo presidente Nicolás Maduro. Centenas de pessoas se abrigaram de Nossa Senhora de Carmen para escapar do ataque.

A oposição da Venezuela conseguiu participação expressiva na manifestação contra o plano de Maduro de reescrever a Constituição, proposta que está ampliando as tensões no país, que já enfrenta mais de cem dias de protestos contra o governo.

O presidente Maduro disse que o referendo opositor é uma “consulta interna” entre os partidos da “direita” e criticou que ela seja feita “sem cadernos eleitorais, sem biometria, sem auditorias”.

Fila em um posto de votação em Caracas. Oposição conseguiu atrair milhões de pessoas ao plebiscitoAFP

A votação simbólica não tem impacto legal, mas poderá servir como prova de apoio aos opositores.

A oposição tenta usar o voto popular para pressionar Maduro a negociar uma transição política. O presidente, porém, rechaça a ideia.

A Unidade Democrática, uma coalizão formada por cerca de 20 partidos da oposição, imprimiu 14 milhões de cédulas para eleitores dentro e fora do país de 31 milhões de pessoas.

Maduro convocou uma votação em 30 de julho para eleger a assembleia na qual pretende promover alterações na carta constitucional do país. Segundo pesquisas privadas, a Constituinte é rejeitada por 70% dos venezuelanos.

“Essa Assembleia fraudulenta criará uma maioria que fechará o Congresso e jogará a democracia pela janela", disse o ex-presidente boliviano Jorge Quiroga, que voou para Caracas, com um grupo de líderes latinos, para apoiar a oposição.

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