Nova York - De patas curtas ou alongadas, com o pelo enrolado ou comprido, todos os cães do mundo vêm de uma mesma população de lobos domesticados entre 20.000 e 40.000 anos atrás, revela estudo publicado na revista ‘Nature Communications’ nesta terça. “Todos os cães modernos espalhados pelo mundo foram domesticados de uma única população de lobos”, diz a coautora Krishna Veeramah, da Universidade do Estado de Nova York.
Análise de DNA mostra que os cachorros antigos se separaram dos lobos pela primeira vez há 40.000 anos, em processo provavelmente desencadeado pela presença de humanos.
Os pesquisadores não sabem, porém, em que parte do mundo isso aconteceu. Há 20.000 anos, disse a equipe, os primeiros cães se dividiram entre os caninos do Oriente e os do Ocidente.
Krishna e seus colegas analisaram amostras de DNA fossilizado de dois cães encontrados na Alemanha. Um deles, de 7.000 anos, é o mais velho a ter tido seu DNA sequenciado até hoje.
O outro é de pelo menos 4.700 anos. Ambos remontam ao Neolítico, período que marca o início da agricultura e da pecuária.
O genoma desses dois ‘senhores’ europeus é parecido com o dos cachorros do presente, o que sugere uma origem geográfica única de cães domésticos.
O processo de domesticação desse animal — um carnívoro perigoso ao homem — foi, certamente, difícil, afirma Krishna, bem mais do que a de ovelhas, porcos, ou vacas.
“A hipótese é que esse processo ocorreu passivamente a partir de uma população de lobos que vivia na periferia dos campos de caçadores-coletores, alimentando-se do lixo dos humanos”, relata.
Os menos agressivos teriam, então, desenvolvido relação particular com os homens. É essa população ancestral de cães, única, que teria se disseminado pelo planeta, provavelmente ao sabor dos deslocamentos humanos.