Pyongyang - A Coreia do Norte assegurou nesta sexta-feira que as sanções impostas esta semana pelos Estados Unidos por causa do seu último teste com um míssil intercontinental "não funcionarão" e só servem para "justificar ainda mais" o desenvolvimento de armas nucleares pelo regime do presidente Kim Jong-un.
"A campanha de sanções dos Estados Unidos poderá funcionar em outros países, mas jamais na República Popular Democrática da Coreia (RPDC, o nome oficial da Coreia do Norte)", assegurou um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores norte-coreano em declarações veiculadas pela agência estatal de notícias do país KCNA.
Os Estados Unidos, "com suas ameaças de guerra e de sanções extremas, só aumentam a vigilância e resistência e justificam ainda mais o desenvolvimento de armas nucleares" por parte da Coreia do Norte, afirmou o funcionário da chancelaria.
No última quarta-feira, o presidente Donald Trump ratificou um pacote com novas sanções que permitem punir com maior facilidade entidades e indivíduos que comercializem petróleo e seus derivados, carvão e metais de terras raras com a Coreia do Norte e, inclusive, quem utiliza mão de obra norte-coreana no exterior.
A Coréia do Norte rejeitou e condenou "energicamente" a nova normativa - que pune também o Irã e a Rússia - e afirmou que a conduta de Washington é "criminosa" ao tentar aplicar "sua lei federal às relações internacionais, o que constitui um desafio direto à Carta das Nações Unidas e ao Direito Internacional".
Os EUA adotaram as novas sanções depois que a Coreia do Norte lançou em 28 de julho seu segundo míssil intercontinental, como parte de testes para aprimorar sua tecnologia balística e conseguir alcançar o território americano.
O lançamento foi "uma séria advertência aos EUA, que estão ficando temerários e frenéticos", disse a chancelaria norte-coreana, que considera que os países que respeitam o regime de sanções, "ao invés de criticá-lo", são os que alimentam a tensão na Península Coreana.
"Os Estados Unidos fariam bem em debater formas de garantir a segurança de seu território, ao invés de perderem energia em sua inútil iniciativa de sanções", concluiu o porta-voz norte-coreano.