Por rodrigo.sampaio

Barcelona - Pelo menos 13 pessoas morreram e mais de 100 ficaram feridas nesta quinta-feira em Barcelona, quando uma van avançou sobre uma multidão em Las Ramblas, um tradicional ponto turístico da capital catalã, em ataque terrorista reivindicado pelo grupo Estado Islâmico. 

Ambulância foi chamada ao local do incidenteAFP

"Minha mais categórica condenação ao atentado terrorista de Barcelona. Podemos confirmar 13 mortos e mais de 50 feridos", declarou o titular do ministério do Interior do governo catalão, Joaquim Forn, ao revisar para cima o balanço, que era de um morto. 

Dois suspeitos de serem os responsáveis pelo ato já foram presos pela polícia catalã.  O primeiro foi identificado pela Polícia como Driss Oukabir, disse um porta-voz do sindicato policial SUP. Depois, o presidente regional da Catalunha, Carles Puigdemont, informou um segundo detido, sem dar maiores detalhes. Um dos presos foi encontrado armado dentro de um restaurante, próximo ao local onde aconteceram os atropelamentos.

O grupo Estado Islâmico (EI) reivindicou o ataque em um comunicado divulgado por sua agência de propaganda Amaq e retransmitido pelo centro americano de vigilância dos sites extremistas, SITE.

Autoridades se dirigiram ao local pouco tempo após o ataqueAFP

"Quando tudo aconteceu, saí correndo e vi destroços, quatro corpos no chão, pessoas socorrendo, gente chorando e também havia muitos estrangeiros que perderam os seus familiares", contou Xavi Pérez, de 26 anos e balconista.

Cinco ambulâncias e pelo menos 20 veículos policiais estão no local, que teve seu acesso bloqueado por um cordão de segurança. Estações de trem e metrô foram fechadas.

Um vídeo postado no Twitter por um morador da cidade mostra o trabalho da polícia na procura pelos terroristas que estaria entrincheirado em um restaurante nas proximidades.

Atentando na Rambla em BarcelonaAFP

O presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, disse que as prioridades são atender os feridos e facilitar o trabalho das forças de segurança. Segundo o porta-voz da polícia, o número de vítimas ainda pode ser atualizado. 

Solidariedade

Em mensagem publicada no Twitter, o presidente Michel Temer manifestou há pouco solidariedade às famílias das vítimas do atentado. “Estamos consternados com o ataque em Barcelona. O Brasil se solidariza com o povo espanhol. Nossos sentimentos às famílias das vítimas”, disse o presidente na rede social.

O presidente norte-americano, Donald Trump, através de sua conta no Twitter também condenou os ataques e pediu que os espanhóis sejam resistentes nesse momento.

Já o presidente russo, Vladimir Putin, foi enfático ao pedir que o mundo se una "em uma batalha intransigente contra as forças do terror", afirmou o Kremlin

Terrorismo na Europa

França

Desde janeiro de 2015, uma onda de atentados, a maioria reivindicados pelo EI, deixou ao todo 239 mortos no país.

O primeiro foi realizado por dois irmãos que afirmaram ser da Al Qaeda. Eles atacaram, em 7 de janeiro, a sede da revista satírica Charlie Hebdo, em Paris, deixando 12 mortos. Dois dias mais tarde, um supermercado kosher foi sequestrado e quatro reféns foram assassinados. O terrorista afirmou pertencer ao EI e tinha matado um policial um dia antes. Como os autores do ataque à Charlie Hebdo, ele foi abatido pela polícia.

Em 13 de novembro de 2015, a França sofreu os piores ataques terroristas de sua história. Os atentados de Paris aconteceram na casa de shows Bataclan, em vários bares e restaurantes, perto do Stade de France, em Saint Denis, no subúrbio da capital francesa. Ao todo, 130 pessoas foram mortas e mais de 350 feridas. O EI reivindicou os ataques.

Em 14 de julho de 2016, o feriado nacional foi marcado por um violento ataque no Promenade des Anglais, em Nice, quando um caminhão, dirigido por um tunisiano, avançou sobre a multidão, deixando 86 mortos e 450 feridos. Ele foi morto pela polícia e o EI se disse o responsável pelo ataque.

Em 26 de julho, um padre foi assassinado em sua igreja em Saint-Etienne-du-Rouvray por dois terroristas que afirmaram ser do EI.

Desde então, vários ataques tiveram como alvo as forças de segurança.

Grã-Bretanha

Em 22 de março de 2017, o EI reivindicou um ataque que deixou cinco mortos em Londres: um homem lançou seu carro na multidão sobre a ponte de Westminster, matando quatro pessoas, e depois matou a facadas um policial antes de ser abatido.

Em 22 de maio, em Manchester, um jovem britânico explodiu uma bomba na saída de um show da cantora americana Ariana Grande. Vinte e duas pessoas foram mortas e 115 ficaram feridas, entre eles, várias crianças e adolescentes. O atentado foi reivindicado pelo EI.

Em 3 de junho, um carro avançou sobre a multidão na London Bridge. Em seguida, seus três ocupantes saíram armados com facas atacando os pedestres, antes de serem abatidos pela polícia. Ao todo, o ataque deixou oito mortos e 50 feridos. Os terroristas, mortos pela polícia, vestiam coletes explosivos falsos. O EI também reivindicou o atentado.

Suécia

Em 7 de abril de 2017, o motorista de um caminhão de entregas invadiu, a 100 km/h, uma movimentada rua de pedestres de Estocolmo, atropelou cerca de 20 pessoas e deixou cinco mortos.

Um cidadão uzbeque preso logo após o ataque declarou, em julgamento, "um ato terrorista". De acordo com a polícia uzbeque, ele tentou se juntar ao EI na Síria em 2015.

Berlim

Em 19 de dezembro de 2016, um tunisiano avançou com um caminhão um mercado de Natal na capital alemã, deixando 12 mortos e 48 feridos. Ele foi morto dois dias mais tarde em uma revista policial na Itália. O ataque também foi reclamado pelo EI.

Bruxelas

Em 22 de março de 2016, atentados suicidas reivindicados pelo EI deixaram 32 mortos e mais de 340 feridos no aeroporto da capital belga e na estação de metrô Maelbeek.

Dinamarca

No dia 14 de fevereiro de 2015, um dinamarquês de origem palestina que havia prometido fidelidade ao EI abriu fogo contra um centro cultural de Copenhague, onde acontecia uma conferência sobre liberdade de expressão. Um cineasta foi morto. Mais tarde, ele matou um homem judeu em frente a uma sinagoga antes de ser morto pela polícia.

Veja os vídeos:

Com informações da AFP

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