EUA - Observadores do céu ficaram fascinados ao longo de todo os Estados Unidos, nesta segunda-feira, enquanto o Sol se escondia atrás da Lua em um raro eclipse total que pôde ser visto de costa a costa do país pela primeira vez em quase um século.
"Perseguidores de eclipses" e observadores amadores se reuniram em diversas cidades ao longo do trajeto em que a totalidade do eclipse podia ser observado, uma faixa de 113 quilômetros de largura, passando por 14 estados americanos, onde a Lua bloqueou brevemente toda a luz do Sol.
Festivais, festas em terraços, casamentos, acampamentos e encontros de astrônomos foram organizados para o que a Nasa esperava ser o eclipse mais bem fotografado e documentado dos tempos modernos, graças à era das redes sociais. "Deixem os smartphones de lado e vivam esta experiência psicológica e fisicamente emocionante ao invés de aproveitá-la pela tela do celular", recomendou o famoso astrofísico americano Neil DeGrasse Tyson.
Os vivas das multidões começaram às 17h16 (14h16 de Brasília) em Oregon, e expressões de alegria irromperam cerca de 90 minutos depois, quando o fenômeno terminou às 18h48 (15h48 de Brasília) em Charleston, na Carolina do Sul. "É incrivelmente bonito. Me emocionei", disse Heather Riser, bibliotecária de 54 anos da Virgínia, que estava no Charleston's Waterfront Park.
Cidade de 7 mil habitantes recebe 100 mil pessoas
Na cidade de Madras, no Oregon, de apenas 7 mil habitantes, mais de 100 mil pessoas se reuniram. O lugar era onde os especialistas descreveram como o mais perfeito para observar o fenômeno. "Esse é um acontecimento que só se vê uma vez na vida", declarou Chad Briggs, de 42 anos. "Precisamos começar a comer salada e ser saudáveis se quisermos ver o próximo eclipse!", brincou.
Muitas pessoas caminharam até o local para evitar os engarrafamentos. Alguns observadores prepararam o próprios equipamentos para conseguir ver melhor.
Trump e Bonnie Tyler, personagens do eclipse
Em Washington, capital do país, o presidente Donald Trump observou o eclipse parcial - podia-se ver 81% do fenômeno - da Casa Branca ao lado de sua esposa, Melania, e de seu filho, Barron.Em determinado momento, o presidente olhou para o céu sem os óculos de proteção - o que não é aconselhável, segundo os especialistas.
Uma multidão de observadores se juntou no Museu Nacional Aeroespacial de Washington, onde telescópios solares foram disponibilizados para a ocasião.
No centro de Charleston, o último ponto do caminho da totalidade, turistas marcaram pontos privilegiados na movimentada cidade. "É muito empolgante", disse Kwayera Davis, de 34 anos, professora adjunta na Faculdade de Charleston.
Lá também um bar colocou megafones tocando a música "Total Eclipse of the Heart", de Bonnie Tyler, sucesso nos anos 80. "É um evento incrível, um tipo de sobrecarga sensorial", afirmou o "perseguidor de eclipses" Fred Espenak, astrofísico aposentado da Nasa, sobre o primeiro eclipsesolar total que viu nos Estados Unidos em 1970.