Washington - Dez marinheiros americanos estão desaparecidos e cinco ficaram feridos após a colisão de um destróier americano com um petroleiro ao leste de Cingapura, no segundo acidente em dois meses de um navio de guerra dos Estados Unidos.
"Atualmente há 10 marinheiros desaparecidos e cindo feridos", informou a Marinha após a colisão entre o destróier, equipado com mísseis teleguiados, USS John S. McCain e o petroleiro de bandeira liberiana Alnic MC.
A colisão aconteceu às 5h24 locais (18h24 de Brasília, domingo) no momento em que o navio seguia em direção ao porto de Cingapura para uma visita de rotina. Uma operação de resgate com a ajuda de Cingapura estava em curso nas proximidades do estreito de Malaca.
O destróier bateu em uma navio-tanque de mais de 30.000 toneladas usado para transportar petróleo ou produtos químicos, de acordo com o site especializado Marine Traffic.
"Informes iniciais indicam que o John S. McCain sofreu danos na popa a bombordo", anunciou a Marinha americana. "A envergadura dos danos materiais e pessoais está sendo determinada. O incidente será investigado", completou o comunicado, segundo o qual a embarcação avariada navegava por seus próprios meios até o porto.
A operação tem o auxílio de rebocadores, um helicóptero e barcos da Guarda Costeira de Cingapura, além de helicópteros dos Estados Unidos.
Zulkifli Abu Bakar, diretor da Agência de Vigilância Marítima da Malásia, afirmou que oito embarcações de várias agências de seu país também participam na operação de resgate, assim como um avião e um helicóptero.
Manobras que irritaram a China
Esta é a segunda colisão acidental sofrida por um navio da Marinha dos Estados Unidos nos últimos dois meses. Em 17 de junho sete marinheiros morreram no choque entre o destróier USS Fitzgerald e um cargueiro filipino na costa do Japão.
Os corpos dos marinheiros, com idades entre 19 e 37 anos, foram encontrados por mergulhadores um dia depois da colisão. Uma investigação tenta determinar as causas do acidente.
Assim como o Fitzgerald, o USS John S. McCain integra a Sétima Frota dos Estados Unidos, com base em Yokosuka, Jaão. Este mês, o destróier havia protagonizado um incidente com a China, ao navegar a apenas seis milhas náuticas (11,1 km) do recife Mischief no Mar da China Meridional, construído artificialmente por Pequim.
A manobra, realizada segundo o governo dos Estados Unidos como um exercício de liberdade de navegação, gerou um protesto formal e público de Pequim.
Na ocasião, o porta-voz da diplomacia chinesa, Geng Shuang, afirmou que as manobras do USS John S. McCain haviam violado as leis nacionais e internacionais, afetando "seriamente" a soberania e segurança do país. O recife é parte das ilhas Spratly, cuja soberania é disputada pela China e os países vizinhos.
O nome do destróier é uma homenagem ao pai e ao avô do senador John McCain, ambos ex-almirantes da Marinha americana durante a Segunda Guerra Mundial.
Em uma mensagem no Twitter, o senador republicano afirmou que ele e sua esposa estavam com os pensamentos e orações voltados para os "marinheiros americanos a bordo do USS John S McCain - apreciamos o trabalho das tripulações da operação de busca e resgate".
Na Casa Branca após 17 dias de "férias de trabalho" em um de seus clubes de golfe, o presidente Donald Trump se limitou a responder que era uma "pena" aos jornalistas que fizeram perguntas sobre o acidente.