Washington - O presidente americano, Donald Trump, disse, em uma entrevista divulgada neste domingo , que ele não tem objeções a respeito de que a França e a Alemanha mantenham seus acordos comerciais com o Irã, ainda que de sua parte tenha negado a certificação do acordo nuclear com Teerã.
"Eu disse a eles, apenas continuem lucrando" disse o presidente a Fox News, no programa Sunday Morning Futures. "Não se preocupem. Apenas continuem ganhando dinheiro".
"Eles são meus amigos. Eles realmente são. Eu me dou bem com todos eles. Sejam eles Macron ou Angela", disse ele, fazendo referência ao presidente francês, Emmanuel Macron, e à chanceler alemã, Angela Merkel.
"Eu não sei o que vai acontecer com esse acordo", afirmou o magnata, mencionando o acordo assinado em 2015, que se negou a certificar no último 13 de outubro, deixando a decisão final sob responsabilidade do congresso americano.
A decisão de Trump criou turbulências no acordo assinado em 2015 entre as grandes potências 5+1 (Estados Unidos, China, Rússia, França, Reino Unido e Alemanha) com o Irã, no qual Teerã havia se comprometido a garantir o caráter civil e pacífico de seu programa nuclear em troca de uma suspensão progressiva das sanções. Empresas francesas e alemãs já voltaram a investir no Irã.
"Quando eles compram essas coisas, é um pouco difícil", comentou Trump a respeito dos acordos comerciais existentes entre os países europeus e o Irã. "Eu disse a eles, apenas continuem lucrando. Não se preocupem. Não precisamos de vocês nisso".
A União Europeia expressou a sua determinação em preservar o acordo com o Irã, considerado por vários líderes parte essencial no processo de tentar convencer a Coreia do Norte a participar da mesa de negociações sobre o seu próprio programa nuclear.
O secretário de Estado americano, Rex Tillerson, afirmou nessa sexta-feira que o governo Trump não tentará afetar o comércio entre a União Europeia e o Irã.
"O presidente foi muito claro sobre não ter intenções de interferir nos acordos comerciais que os europeus possam ter de alguma maneira com o Irã", disse Tillerson ao The Wall Street Journal.
O secretário americano, de visita à península árabe, advertiu, no entanto, a respeito do comércio com os Guardiões da Revolução, a tropa de elite do exército iraniano, objeto de recentes sanções emitidas por Washington.
"Aqueles que negociam com os Guardiões da Revolução iranianos", sejam "empresas europeias ou qualquer outra ao redor do mundo, o fazem sob alto risco", alertou Tillerson.