Por rodrigo.sampaio

Sydney - A maioria dos australianos se pronunciou a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo, segundo uma consulta realizada pelos correios cujo resultado foi revelado nesta quarta-feira. A iniciativa informal deve levar o Parlamento a aprovar o casamento homoafetivo no país.

De acordo com os resultados, 62% dos 12,7 milhões de australianos que participaram da consulta postal são favoráveis ao casamento homossexual, revelou o Bureau de Estatísticas em coletiva em Canberra.

Australianos durante manifestação pela aprovação do casamento gayAFP

Quase 80% dos eleitores participaram da consulta, informou o chefe do Bureau, Davis Kalisch. "Os australianos podem agora confiar que nossas estatísticas refletem o ponto de vista da população".

Para que o casamento gay seja autorizado, o Parlamento, onde os conservadores bloquearam no passado iniciativas neste sentido, deverá adotar uma lei formalizando o resultado da consulta.

Milhares de partidários do casamento gay comemoraram o resultado com festas organizadas em toda a Austrália: "Isto significa tudo, tudo", repetiu Chris entre as lágrimas e o abraço de seu parceiro, Victor, em um ato realizado em Sydney.

Por sua vez, primeiro-ministro, Malcolm Turnbull, um conservador moderado que defende uma nova lesgislação, considerou que o resultado constitui um apoio "avassalador" ao matrimônio igualitário: "Os australianos se pronunciaram e votaram em massa pela igualdade matrimonial. Votaram sim à igualdade, ao compromisso e ao amor".

O premier reafirmou que seu governo tentará agora obter a aprovação da lei que permitirá o casamento gay antes do Natal.

Turnbull defendeu a legitimidade da consulta e disse que confia em aprovar a medida no Congresso com um "voto de consciência", no qual os legisladores não serão obrigados a acompanhar a orientação partidária.

Mas a iniciativa deverá passar ainda pelos setores mais conservadores da própria coalizão de governo, que exigem salvaguardas para a "liberdade religiosa", incluindo a permissão para que empresas e serviços possam rejeitar a organização de casamentos gays.

Turnbull e o opositor Partido Trabalhista defendem uma lei mais simples, que legaliza o casamento gay mas mantém o direito das instituições religiosas de não oficiar tais uniões. Um projeto de lei deve ser apresentado ao Senado na próxima quinta-feira.

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