"Jerusalém é a capital de Israel, ninguém pode negar. O reconhecimento não evita a paz, torna a paz possível, porque reconhecer a realidade é o fundamento da paz", disse Netanyahu em uma rápida declaração após ser recebido pela chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini.
A visita de Netanyahu a Bruxelas, a primeira de um chefe de Governo israelense, acontece em um momento de tensão após o reconhecimento, na quarta-feira da semana passada, por Trump da Cidade Santa como capital de Israel, uma decisão criticada na UE e que rompe com décadas de diplomacia internacional.
"Esta é nossa posição consolidada e seguiremos respeitando o consenso internacional até que o status da cidade seja resolvido por meio da negociação", disse a chanceler europeia, que considerou "crucial" a retomada do processo de paz "em tempos difíceis".
As relações entre Israel e UE são difíceis, especialmente no momento em que os europeus denunciam reiteradamente a colonização dos territórios palestinos por parte dos israelenses e exigem um rótulo nos produtos que especifique se procedem das colônias.
O primeiro-ministro criticou no domingo a "hipocrisia" e "os dois pesos e duas medidas" da UE, que denuncia a decisão de Trump, mas não os disparos de foguetes contra Israel.
"Permitam-me condenar da maneira mais forte possível todos os ataques contra judeus em todo o mundo, inclusive na Europa, em Israel e contra cidadãos israelenses", disse Mogherini ao receber Netanyahu em Bruxelas antes de uma reunião com os chanceleres do bloco.
Os diplomatas dos 28 países do bloco devem pedir o reinício das negociações de paz com os palestinos e expressar a discordância com a colonização israelense. O governo de Netanyahu retomou a criação de milhares de colônias na Cisjordânia ocupada e em Jerusalém Oriental anexada.
Alguns países da UE pediram no passado "compensações" a Netanyahu pela destruição por parte do exército israelense de infraestruturas construídas para os palestinos na Cisjordânia por ONGs com recursos europeus.
Eurodeputados consideram que a "fatura" pode chegar a 1,2 milhão de euros pelas escolas, cisternas de água, sistemas de energia elétrica e outras instalações que, segundo eles, foram "deliberadamente destruídos ou confiscados por Israel em uma violação do direito humanitário internacional".