Por thiago.antunes
Santiago - O ex-presidente de direita Sebastián Piñera e o governista de esquerda Alejandro Guillier disputam neste domingo a Presidência do Chile em um segundo turno sem favoritismo. Após o primeiro turno, que deixou nas mãos dos eleitores da Frente Ampla (FA, esquerda radical) a chave da vitória, poucos no Chile se atrevem a prever quem será o sucessor da socialista Michelle Bachelet a partir de 11 de março no Palácio de la Moneda.
As eleições de domingo, para as quais estão convocados 13,4 milhões de chilenos, estão cercadas de "um dos maiores graus de incerteza desde o retorno da democracia", disse o diretor do Centro de Análises da Universidade de Talca, Mauricio Morales.
No último dia de campanha%2C Piñera lotou um teatro e beijou a mulher%3B Guillier recebeu o apoio de MujicaAFP

Depois do fracasso das pesquisas no primeiro turno, quando algumas empresas de análise davam como certa a vitória de Piñera, os chilenos "praticamente não contam com informação crível, ou confiável, das pesquisas de opinião que permitam prever o resultado", indica Morales.

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A última análise data do dia 1º e dava um empate técnico entre os candidatos (40% a 38,6% para Piñera), e 21,4% não sabiam em quem votar.
Piñera, de 68 anos, que obteve no primeiro turno 36,6% dos votos (muito abaixo do esperado), somou o apoio do pinochetista José Antonio Kast (7,9% dos votos) e do popular senador Manuel José Ossandón, o que dificulta as pretensões de modernizar a direita e dar uma guinada ao centro.

Após insultar a gratuidade universitária impulsionada por Bachelet, a qual Guillier pretende ampliar, o ex-presidente, que governou o Chile entre 2010 e 2014, anunciou que manterá os benefícios e os ampliará para os de formação profissional mais pobres.

Guillier, de 64 anos, com 22,7% dos votos no primeiro turno, recebeu o apoio da atual Nova Maioria governante de centro-esquerda e de outros perdedores da esquerda no primeiro turno, embora não o da Frente Ampla, que deu liberdade de voto aos seus partidários. Guillier prometeu dar continuidade ao legado de reformas de Bachelet.

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Apoios de peso
Em seu último dia de campanha, Guillier falou diante de 5.000 pessoas, em frente a La Moneda, e contou com o apoio do ex-presidente uruguaio José Pepe Mujica.
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Piñera, em um teatro da cidade e diante de 3.000 pessoas, recebeu o apoio em mensagens de vários ex-presidentes, como o espanhol José María Aznar, os colombianos Andrés Pastrana e Alvaro Uribe e o mexicano Felipe Calderón.
"A eleição vai depender da quantidade de pessoas que for votar", diz o cientista político Rodrigo Osorio, da Universidade de Santiago. "Em um país com voto voluntário, quanto maior for a participação, mais fácil será para Guillier ganhar."