Por marta.valim

Com uma expectativa de crescimento de 8,5% nas vendas em 2014, segundo dados da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), o segmento de shopping centers teve no início desta semana um primeiro termômetro de desempenho para o ano. Divulgados depois do fechamento do mercado, na noite de terça-feira, os balanços da Multiplan e do Iguatemi referentes ao primeiro trimestre foram, em linhas gerais, bem recebidos pelos analistas. Os números observados em indicadores como vendas em mesmas lojas, crescimento nas receitas de serviços e de estacionamentos, e a performance de empreendimentos inaugurados nos últimos três anos foram alguns dos pontos destacados no período.

O crescimento combinado de 35,2% nas vendas de três shoppings inaugurados pela Multiplan no fim de 2012 — Jundiaí Shopping (SP), ParkShopping Campo Grande (RJ) e VillageMall (RJ) — foi um dos fatores ressaltados pelo Credit Suisse. Segundo os analistas do banco, que avaliaram como positivos os resultados da companhia no período, outro elemento importante foi o crescimento de 8,3% nas vendas em mesmas lojas, o que abre caminho para o crescimento nos índices de aluguel em mesmas lojas nos próximos anos.

Na mesma direção, o Banco Espírito Santo apontou o crescimento nas receitas de serviços e de estacionamento — de 29,6%, e 17,3%, respectivamente — como outros bons indicadores no período. O banco reiterou, no entanto, a recomendação neutra para os papéis da Multiplan, ao afirmar que o grupo está mais exposto ao mercado imobiliário, em virtude de sua atuação em áreas residenciais e comerciais.

Em teleconferência com analistas, José Isaac Peres, presidente-executivo da Multiplan, afirmou que a empresa continuará priorizando novos projetos. “O primeiro deles é o ParkShopping Canoas, que atenderá a todo a região do Vale do Sinos, no Rio Grande do Sul, que possui uma população total de cerca de 1 milhão de pessoas”. O executivo também disse esperar um volume de vendas melhor do que em 2013. “Em abril, tivemos um crescimento médio das vendas nos shoppings da rede de 14,9%, acima do mercado”, observou.

O crescimento de 28% na receita líquida, apoiado pela expansão da área bruta locável foram destaques do Iguatemi para o Credit Suisse, ao lado do crescimento “saudável” de 7,4% nas vendas em mesmas lojas. No entanto, o banco avaliou os resultados como neutros, ao apontar como negativo custo de ocupação de 12,4% no trimestre.

Com recomendação de compra, o Banco Espírito Santo, por sua vez, avaliou positivamente fatores como o crescimento nas receitas de estacionamento e nas taxas de administração, além de destacar o Iguatemi como o player menos exposto aos riscos macroeconômicos, em virtude da segmentação de seu portfólio com foco em consumidores de alta renda.

Carlos Jereissati Filho, diretor-presidente do Iguatemi, destacou a analistas o lançamento/expansão de três empreendimentos até abril de 2015, em São Carlos (SP), Campinas (SP) e Porto Alegre (RS). “Nossa preocupação é trazer marcas novas e um mix variado para esses mercados”, afirmou.

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