Por marta.valim

O Superporto do Açu, empreendimento criado por Eike Batista, desponta como favorito para receber a nova base de apoio logístico da Petrobras para o pré-sal. A estatal recebe no fim do mês as propostas de empresas interessadas em prestar o serviço, mas as duas alternativas — novos projetos em Macaé (RJ) e Presidente Kennedy (ES) — ainda não saíram do papel. O prazo de construção dos empreendimentos é uma preocupação na petroleira, que precisa ampliar sua estrutura de transbordo de equipamentos e suprimentos para as plataformas petrolíferas. Além da região próxima à divisa de Rio e Espírito Santo, a empresa busca uma nova base no litoral paulista.

Em entrevista coletiva na última terça-feira, o diretor de exploração e produção da companhia, José Formigli, adiantou que a questão do prazo de construção é ponto central no processo de contratação da nova base logística. “Procuramos uma base entre o sul do Espírito Santo e o norte do Rio. Se o porto de Macaé (projetado pela Queiroz Galvão) comprovar que vai conseguir cumprir os prazos, vamos avaliar”, disse, respondendo a pergunta sobre a possibilidade de a empresa instalar sua nova base na cidade.

Na licitação, a Petrobras contrata o operador logístico, que terá a responsabilidade de fornecer a infraestrutura de carga, descarga e armazenamento dos equipamentos. Segundo fontes próximas ao processo, participam da concorrência empresas com projetos de instalação de base nos três municípios. As bases de Macaé e Presidente Kennedy, porém, ainda precisam cumprir aspectos burocráticos antes de iniciar as obras. No Açu, além da infraestrutura existente, há dois fabricantes de tubos flexíveis já em operação.

Em abril, a norte-americana Edison Chouest anunciou acordo com a Prumo, proprietária do porto, para investimento de R$ 950 milhões em uma base de apoio no local, largando na frente na disputa por contrato com a Petrobras. A companhia é uma das que vão apresentar proposta na concorrência, mas também se prepara para prospectar contratos com outras empresas operadoras de concessões petrolíferas no país. Segundo fontes, há outros operadores oferecendo base no Açu na licitação da estatal. Planejado para ser um grande complexo industrial, o porto da Prumo sofreu com a crise econômica global e com a derrocada do império de Batista, que levou à suspensão de importantes investimentos na área.

Entre as principais âncoras do projeto original, permanece apenas o terminal de minério de ferro, que vai exportar a produção da Anglo American em Minas Gerais. A siderúrgica Techint suspendeu seu projeto após a crise e o estaleiro da OSX, do grupo de Eike Batista, em dificuldades financeiras provocadas pela frustração dos planos da empresa-irmã OGX, hoje OGPar. A térmica a carvão da Eneva, que também pertenceu ao grupo X, teve a licença ambiental suspensa e não deve sair do papel. Atualmente, a maior parte das empresas com projetos de instalação no porto são do setor de óleo e gás, como a fornecedora de âncoras Intermoor e a petroleira BP.

Atualmente, o apoio logístico ao pré-sal está concentrado no Porto do Rio, que tem pouco espaço disponível para grandes expansões. A Petrobras negocia ainda com o governo de São Paulo áreas no Porto de Santos para uma base mais ao sul, com dois berços de atracação de navios. Procurada, a estatal não comentou o assunto até o fechamento desta edição.

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