Por douglas.nunes

O Borussia Dortmund GmbH Co. KGaA, time de futebol que venceu a Bundesliga alemã seis anos depois de estar à beira da falência, em 2005, agora está buscando investidores para ajudar a aumentar os salários e competir financeiramente com times como o Bayern München.

O Dortmund, conhecido como BVB, tem como meta vender uma participação de pelo menos 5% cada a dois parceiros estratégicos até o fim de setembro, após a venda de uma posse de 9% à Evonik Industries AG, em junho, disse Hans-Joachim Watzke, diretor administrativo do BVB.

“Não necessariamente deve ser uma empresa alemã ou um dos nossos patrocinadores atuais”, disse Watzke em entrevista no dia 24 de julho, na sede do time, em Dortmund. “Um parceiro estratégico não precisa ser um fundo”, mas um investidor com um “interesse de patrocínio significativo no longo prazo”, disse.

A empresa de produtos químicos Evonik, a fabricante de produtos esportivos Puma SE e a seguradora Signal Iduna são alguns dos patrocinadores da equipe que tenta sair da sombra do Bayern, o time de futebol de maior sucesso da Alemanha. Depois que conquistou a Bundesliga em 2011, o BVB arrebatou novamente o título em 2012 e ficou em segundo lugar ao disputar o campeonato com o Bayern neste e no ano passado. O time perdeu na final para o rival de Munique na Liga dos Campeões em 2013.

A ascensão do BVB está ajudando a aumentar o prestígio internacional da Bundesliga, disse Watzke.

‘Faróis’ da liga

“Toda liga que tem um progresso repentino precisa de um, dois ou três faróis que se destaquem nacionalmente e que tenham um atrativo internacional”, disse. O BVB “é um exemplo de que essa ascensão é possível. Não havia nada, absolutamente nada que estivesse predestinado a nos colocar na posição que ocupamos hoje. Quando vencemos o campeonato em 2011, fazia sete anos que não jogávamos internacionalmente e seis anos antes estávamos à beira da falência”.

Cinco anos depois de sua abertura de capital, em outubro de 2000, o BVB tinha gasto quase tudo o que arrecadou. Os credores aprovaram a reestruturação financeira, abdicando de parte de suas reivindicações.

Watzke está contando com o treinador Jürgen Klopp, contratado até 2018, para levar o BVB a um sucesso maior. Klopp é “uma das pessoas mais quentes no mercado internacional de treinadores”, disse Watzke. “Podemos contar um com o outro. A história continua”.

Ele também espera persuadir o zagueiro Mats Hummels, que jogou na seleção alemã que venceu a Copa do Mundo neste ano, e o meio-campista Marco Reus, que ficou de fora do campeonato do Brasil devido a uma lesão, a permanecerem no clube.

Acordos de patrocínio

Ambos os jogadores têm contratos até 2017. O BVB está trabalhando para convencer Reus a aceitar uma extensão do contrato, disse ele.

Novos acordos de patrocínio, semelhantes ao que o time tem com a Evonik, que vai até 2025, ajudariam a aumentar para até € 120 milhões  (US$ 161 milhões) o conjunto de salários, que atualmente é de € 80 milhões, o que aumentaria a competitividade dos salários dos jogadores em relação ao Bayern München e a outros times europeus, disse Watzke.

“Sempre precisaremos de criatividade para fechar a brecha com times como Paris St. Germain, Manchester City ou Manchester United”, disse.

O êxito da Alemanha na Copa do Mundo também ajudará a ampliar a base de torcedores da Bundesliga no exterior e aumentará a força do campeonato no momento de negociar no próximo ano os contratos das licenças de transmissão internacional quando os atuais vencerem, disse Watzke.

As ações do BVB tiveram um ganho de 7,6% desde a inclusão da empresa no índice alemão SDAX, que representa os 50 maiores membros do setor de baixa capitalização do país, no dia 23 de junho.

As ações se beneficiaram com o fato de o Deutsche Bank AG ter considerado a possibilidade de comprar uma participação; em junho, o banco com sede em Frankfurt desistiu do acordo, disse Watzke.

O BVB está tomando medidas para ampliar sua base internacional de torcedores e planeja abrir escritórios em Cingapura em outubro. O time também considera a possibilidade de estabelecer presença nos EUA, disse Watzke.

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