Por monica.lima

A reorganização das operações da Hypermarcas influenciou positivamente os resultados da empresa no segundo trimestre deste ano. Dona de mais de 170 marcas nas áreas de medicamentos e produtos de consumo, a companhia apresentou lucro líquido de R$ 122,2 milhões entre abril e junho, o que representa um avanço de 35,7% em relação ao trimestre anterior e de mais de seis vezes quando comparado ao resultado do mesmo período de 2013 (R$ 19,3 milhões).

Desde o início do segundo trimestre deste ano, todas as atividades de distribuição da divisão de consumo estão concentradas no Centro de Distribuição de Goiânia. Ainda no período foi concluída a transferência das linhas de fraldas para incontinência para Goiás, encerrando as atividades na antiga planta situada em Guarulhos (SP). A migração das linhas de produção da planta de Mogi das Cruzes deve ser concluída no primeiro semestre de 2015. “A empresa ganhou escala e eficiência com a centralização e a verticalização das operações, principalmente ao longo do terceiro e do quarto trimestres do ano passado”, avalia Henrique Florentino, analista da corretora UM Investimentos.

No segundo trimestre deste ano, a receita líquida da Hypermarcas cresceu 5,9% frente a igual período de 2013, totalizando R$ 1,13 bilhão, fato destacado pelos analistas Caio Moreira e Daniel Utsch em relatório da Fator Corretora. “O segundo trimestre do ano passado foi o de melhor performance operacional na história da companhia. No entanto, a Hypermarcas foi capaz de superá-lo, principalmente apertando as despesas comerciais”, informa o relatório divulgado ontem. Apesar da expansão da receita líquida, Moreira e Utsch ressaltam que o percentual de crescimento foi inferior à inflação acumulada no período de 12 meses terminado em junho. Na divisão de consumo, o incremento da receita líquida foi de 4,1%, na comparação entre o período de abril a junho deste ano com o segundo trimestre de 2013. A Hypermarcas reconheceu que, em função da falta de estoques, não pôde atender um montante de R$ 20 milhões em pedidos — o que significaria um crescimento adicional de 4,3 pontos percentuais. Na divisão de fármacos, a receita líquida foi de R$ 646 milhões, superior em 7,4% aos R$ 601 milhões obtidos entre abril e junho de 2013. “Os resultados foram marginalmente positivos”, afirma Florentino. “Se não fosse pelos R$ 20 milhões em encomendas não atendidas e pelo encerramento dos contratos de fabricação de medicamentos para terceiros, as duas divisões teriam crescido acima da inflação”. No segundo trimestre do ano passado, a Hypermarcas ainda produzia medicamentos para terceiros, o que contribuiu para aumentar a receita líquida da divisão de fármacos no período. Descontado esse efeito, a expansão seria de 12% em vez de 7,4%.

Um ponto positivo destacado tanto pela Fator Corretora como pela UM Investimentos foi a redução da alavancagem da companhia medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda (lucro antes de de juros, impostos, depreciação e amortização)ajustado. O indicador caiu de um patamar de quatro vezes, ao fim do primeiro trimestre de 2012, para 2,6 vezes, no final de junho. “O endividamento foi resultado de uma estratégia de crescimento via aquisições. A companhia chegou a ter até marcas de alimentos, mas depois focou em fármacos e consumo. A venda de ativos ajudou a diminuir a alavancagem”, resume Florentino.

Você pode gostar