Por marta.valim

A Kalunga — que começou com uma pequena papelaria na Vila Mariana, zona Sul de São Paulo, em 1972, e tem hoje 126 lojas em vários estados brasileiros—, parte para um novo modelo de negócio com a abertura de gráficas. A empresa lança neste ano a Kalunga Print, que funcionará dentro das filiais da rede e vai garantir um acréscimo entre R$ 300 mil a R$ 1 milhão no faturamento mensal das lojas, afirma o diretor Comercial da Kalunga, Hoslei Pimenta. Inicialmente serão duas unidades até o final do ano, em São Paulo, mas o plano de expansão ainda está sendo desenhado pelos executivos da empresa.

“É um serviço que vem crescendo muito em demanda, mas com uma oferta ainda restrita. Como temos em nossa base de clientes 65% de empresas, identificamos a necessidade de atendimento nessa área”. A Kalunga Print terá desde os serviços mais simples, como cartões de visita, até impressões de grande porte. “Concluímos que esse é um negócio que trará bons resultados, uma vez que, em média, uma loja fatura R$ 2 milhões por mês. Outro ponto a favor é nossa capilaridade”, diz Pimenta.

Além das lojas físicas, os serviços da Kalunga Print também serão oferecidos no canal de e-commerce, para retirada dos pedidos nas filiais. “Este é um passo importante no conceito de atendimento integrado”, destaca Pimenta, que preferiu não divulgar quanto está sendo investido para a criação da nova marca e na compra de equipamentos.

A integração do ambiente virtual com as lojas também é outra prioridade da rede. O primeiro passo para tirar do papel o que a empresa vê como determinante para os próximos anos começa com a construção de um único centro de distribuição para ambos os formatos. Com investimentos de R$ 60 milhões, a rede adquiriu um terreno em Itaquaquecetuba (SP), onde está sendo erguido o novo espaço. Hoje, há dois centros de distribuição, que funcionam separados — um para abastecimento de lojas físicas e outro para a loja virtual — em Barueri (SP).

“A integração de canais de vendas é o nosso foco e inclui, além de uma boa logística de distribuição, a possibilidade de o cliente retirar seus produtos diretamente nas lojas, como já acontece em outras redes varejistas pelo mundo. Para isso, é preciso agilidade. O consumidor precisa enxergar a entrega e o atendimento da loja física no ambiente virtual”, avalia o executivo.

Para ele, o sucesso da loja virtual também depende da credibilidade das lojas físicas. Tanto assim que a empresa segue seu plano de expansão com a abertura de filiais em todo o país, novamente com recursos próprios. A empresa vai fechar 2014 com 145 unidades em funcionamento, com investimento médio por loja de R$ 2,5 milhões a R$ 3 milhões.

“Abrimos a nona unidade em Minas Gerais, na cidade de Juiz de Fora. Ainda vamos inaugurar esse ano filiais em Blumenau (SC), Osasco, Vila Olímpia e Tatuapé e Taubaté (SP), Vila Velha (ES) e Irajá (RJ), entre outras. Em 2015, serão mais 20 lojas abertas e o plano é chegar a 250”, completa o executivo.

Por enquanto, a empresa segue com o formato de lojas de grande porte, em torno de 650 a 1.000 metros quadrados, o que ainda impede a entrada em cidades com menos de 500 mil habitantes.

“Até chegarmos à meta de 250 lojas não mudaremos esse formato. No entanto, já reduzimos muito nosso tamanho, comparado às lojas que antes eram abertas, com dois mil metros quadrados ou mais. E, o mais importante, não perdemos faturamento com isso. Porém, precisamos ainda conquistar mais espaço no Nordeste, onde temos duas unidades apenas, e também no Norte do país, com lojas de maior porte. Tudo isso também vai demandar um novo projeto de logística no futuro”, ressalta Pimenta.

Abrir caminho a partir do franchising não passa pelo plano de negócios da empresa, Roberto Garcia e Paulo Garcia. O assédio de fundos como o Carlyle, que já quis ter parte da rede, ou de empresas como a norte-americana Office Depot, pelo menos por enquanto, não seduzem a empresa, que prefere manter o controle familiar.

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