Por marta.valim

Embalada por boas doses de café para acelerar o ritmo, a rede Starbucks inaugurou mais de 20 unidades desde maio do ano passado. Para este ano, ainda faltam pelo menos outras seis, que devem abrir as portas até setembro, quando termina o ano fiscal norte-americano. Por enquanto, todas elas no eixo Rio-São Paulo. O objetivo, garante a empresa, é diversificar locais, entre filiais em shoppings (hoje cerca de 70% do total de unidades), universidades, aeroportos, lojas de rua e em empresas, que são chamadas de Office e,em breve, chegar a outros estados do Brasil.

"As lojas desse ano se concentram no interior. Até o final do ano fiscal americano, abriremos mais duas lojas no interior, duas em aeroportos, uma em Santos e outra em Guarulhos”, diz a diretora de desenvolvimento da Starbucks Brasil, Renata Rouchou.

Segundo ela, a empresa já tem um plano estratégico para a entrada em outros estados e estuda ainda outros modelos, como as franquias. Mas ainda não há um prazo para isso que isso aconteça. Atualmente, todas as lojas da rede no Brasil são próprias. “Crescemos 30% em número de lojas em um ano. Pretendemos manter o mesmo ritmo de expansão em 2015. O mercado consumidor por aqui é inestimável”.

Na inauguração da primeira unidade na Colômbia, o CEO da companhia, Howard Schultz, chegou a dizer que o Brasil é um dos principais mercados em expansão para a rede, sendo o mais relevante da América Latina. Depois da abertura da primeira cafeteria no México, em 2002, a Starbucks expandiu sua rede para países da América Central e da América do Sul, como Peru, Brasil, Argentina, Costa Rica e Colômbia. Bolívia e Panamá também estão no radar.

“O Brasil é o maior produtor de café do mundo e segundo maior mercado consumidor. A tendência é o aumento do consumo per capita. O brasileiro, que antes tomava café em casa, começa a consumir a bebida na rua e em diferentes momentos. Além disso, está mais aberto a experimentar diferentes tipos”, reitera o gerente sênior de marketing da Starbucks Brasil, Renato Grego, acrescentando que o fato de os brasileiros viajarem mais e conhecerem a marca em outros países ajuda na expansão local. A Starbucks possui mais de 20.500 cafeterias espalhadas por mais de 60 países.

Algumas diferenças no cardápio local, como os pães de queijo e categorias como panetones no Natal, têm a ver, garante Grego, com o estudo das características locais. A receita exclusiva do pão de queijo, criada no Brasil, também foi incorporado ao menu do México e do Chile.

Hoje, a Starbucks atua com parceiros de alimentos que produzem receitas exclusivas para a rede. Por enquanto, aquisições, a exemplo do que já aconteceu nos Estados Unidos, não estão nos planos. “Em termos de volume, as aquisições ainda não fariam sentido no Brasil”, diz Renata.

Além do conhecimento da marca trazido da visita a outros países, Grego cita as ações pelos canais digitais como importantes para reforçar a presença da marca. A Starbucks Brasil já superou um milhão de seguidores no Facebook. Além disso, a rede explora eventos na abertura de lojas. Segundo Renata, é comum as pessoas se reunirem e marcarem encontros em cafés, no Brasil. “Nosso diferencial é oferecer espaço para ficar o tempo que quiser, com música e wi-fi. Temos concorrentes de produtos, mas não com nosso portfólio de produtos agregados aos serviços”, pondera.

Não por acaso, a tal experiência proporcionada pelo ambiente da Starbucks faz com que as lojas abertas há mais de um ano registrem expansão superior a dois dígitos por aqui. “Para 2015, esperamos um crescimento parecido”, diz, acrescentando que os preços dos produtos não são uma barreira: “Olhamos o mercado de café e o levamos em consideração na formação dos preços. Eles estão em linha com o mercado, tanto para expresso, quanto para outros itens, como cappuccinos. Só para os frappuccinos, que são produtos diferenciados, não há como comparar. Não dá para dizer se é barato ou caro, mas o preço parece bom, pois vende muito”, finaliza.

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