Por marta.valim

“O segundo semestre vai ser movimentado”, afirma o gerente geral da Viber no Brasil, Luiz Felipe Barros. Isso porque o aplicativo — que já tem 400 milhões de usuários ativos no mundo e 17 milhões no Brasil — terá novas atualizações a partir do mês que vem, como a chegada de novas funcionalidades, como videochamadas para celulares. Atualmente, este serviço está disponível apenas para desktops.

“Chegamos a um ótimo nível de qualidade de ligação com baixo uso de banda de internet. Teremos outras novidades, mas que não são voltadas para ligações, pelo contrário. Não posso dar detalhes, mas será uma nova funcionalidade bastante revolucionária e única no mercado. A ideia é tornar o Viber cada vez mais completo”, diz ele.

Para Barros, a tendência é que os aplicativos de mensagem continuem a conquistar novos usuários em todo o mundo, mas o Brasil é um dos mercados que mais se destacam. “Vivemos na década passada a era das redes sociais. Agora estamos na era dos aplicativos de mensagens. O jovem, que é o formador de opinião, começa a sofrer o lado ruim da exposição nas redes sociais e sente que o ambiente que mistura amigos de infância, trabalho e família é complicado. Por isso, começam a migrar para um ambiente mais privado. Estamos caminhando para redes sociais mais privadas e controladas”, comenta. “Assim como aconteceu com o mercado de app de táxi há um ano e meio, o mercado aplicativos de mensagens passa por um período de consolidação”.

No entanto, diz ele, para se diferenciar nesse mercado, que possui grandes players como WhatsApp, WeChat e Line, é preciso inovar. É justamente neste ponto que a aquisição recente do Viber pela Rakuten tem ajudado. “A empresa continua com muita independência de atuação e, mais capitalizada, consegue inovar mais rápido”, assinala Barros, acrescentando, sem dar detalhes, que, em breve, serão lançadas ferramentas que permitirão que os usuários do Viber se beneficiem de serviços da Rakuten.

Barros conta ainda que, apesar de o Viber não pensar em funcionalidades destinadas exclusivamente para clientes corporativos, a empresa já está apta a oferecer serviços para esse público. “Se uma empresa quiser , por exemplo, colocar comentários destinados à ela no telão de um show, ou ter um canal de resposta a demandas dos seus clientes, podemos ajudá-la nisso”.

A estratégia de monetização do aplicativo continua a ser a venda de serviços adicionais, como ligações para telefones fixos e celulares e a compra de pacotes de stickers, principalmente os de personagens licenciados. A empresa não pensa em cobrar anuidades, como acontece em concorrentes como o WhatsApp, e nem em levar para a plataforma formatos tradicionais de publicidade. Além da tropicalização, com pacotes desenvolvidos especialmente para o mercado brasileiro, a Viber está desenvolvendo stickers de personagens e artistas locais. “Essas duas funcionalidades — ligações fora do Viber e venda de stickers — geram um volume financeiro considerável”, garante o executivo, sem citar números.

Apesar da qualidade da internet móvel brasileira ainda ser um desafio, Barros ressalta a importância de ter uma boa relação com as operadoras de telefonia. “Estamos construindo um discurso de que somos parceiros interessantes. Se olharmos para o mercado de voz, quando o cliente de uma operadora liga para outra, há uma taxa de interconexão. Isso é uma importante fonte de receita, mas também de redução de margem. Quando a gente fala de mercado de dados, a receita é limpa. Então, é mais interessante gerar tráfego de dados”, explica ele.

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