São Paulo - A americana EMC – empresa de armazenamento de dados – é a mais nova integrante do time de fornecedores de tecnologia da informação e comunicação (TIC) para a Olimpíada e a Paralímpiada de 2016. A companhia fechou um acordo com Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, e será responsável pela estrutura de armazenamento e backup de dados dos eventos. O contrato abrange desde a fase de preparação e planejamento até a competição propriamente dita.
“É uma grande oportunidade para a EMC. Já estivemos envolvidos em outros grandes eventos globais, como os próprios Jogos Olímpicos e a Copa do Mundo, mas não com esse nível de parceria, de responsabilidade e de visibilidade”, diz Thomas Roloff, vice-presidente sênior de serviços globais da EMC. “O contrato foi assinado com a corporação, mas 100% da implementação será feita pelo time brasileiro da EMC”, completa Carlos Cunha, presidente da companhia no Brasil.
A participação da EMC passa por um componente crítico para o sucesso dos Jogos. A empresa terá sob sua responsabilidade o armazenamento e a disponibilidade dos dados de duas redes do evento, que irão centralizar as informações geradas em 35 instalações – de arenas até estruturas como a Vila Olímpica – por cerca de 20 mil pessoas, entre atletas e membros de delegações. Diante da avalanche de dados, que incluirá imagens, vídeos e resultados de provas, a meta é de que a companhia forneça uma capacidade de cerca de 120 terabytes de dados até a competição.
Com o acordo, a EMC passa a fazer parte de um pool de fornecedores de TIC que inclui a Panasonic, na área de áudio e vídeo; a Samsung, de telefonia móvel; a Cisco, de infraestrutura de rede; Embratel e Claro, de links de dados e de telefonia móvel e fixa; a Omega, de cronometragem e de resultados; e a Atos Origin, que integrará todas essas tecnologias. “Temos um orçamento de R$ 7 bilhões para a organização do evento, sendo que 20% dessa cifra será destinada à tecnologia. Hoje, essa área só perde para o que chamamos de ‘serviços dos jogos’, frente que é exatamente o ‘core’ do evento”, diz Renato Ciuchini, diretor-executivo do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016.
Para evitar parte dos contratempos observados na Copa do Mundo, o Comitê irá realizar 45 eventos-teste antes dos Jogos. “A ideia é provocar e antecipar possíveis problemas em toda essa estrutura. Todas as instalações e arenas serão testadas, o que mitiga o problema que houve na Copa, com a entrega tardia dos estádios”, observa.
Segundo Ciuchini, os R$ 7 bilhões previstos serão financiados 100% por capital privado. Esse modelo inclui as parcerias com patrocinadores e fornecedores; a venda dos direitos de transmissão e de ingressos; e as receitas de licenciamento. A cifra não inclui os valores previstos para a construção de instalações olímpicas e os investimentos em infraestrutura, como por exemplo, a expansão do Metrô. Nessas duas frentes, a previsão é de gastos da ordem de R$ 6 bilhões e de R$ 25 bilhões, respectivamente. "Os Jogos vão se beneficiar dessa infraestrutura, mas ficará um legado para a população", afirma.
Mais que a visibilidade atrelada à participação no evento, Cunha diz que o contrato destaca justamente mais uma iniciativa em que a EMC está envolvida e que trará frutos para o país, e não apenas para os negócios da empresa. Nessa direção, ele cita o plano anunciado pela companhia em 2011, que envolve um investimento de US$ 100 milhões no Brasil até 2017.
Metade desse aporte foi destinada à construção de um centro global, no Rio de Janeiro. Com foco em pesquisas na área de big data para os setores de óleo e gás, e governo, o centro abriga 25 profissionais e a expectativa é dobrar esse time em 18 meses. "Decidimos investir na formação dessa equipe. Hoje, o grande desafio no país é encontrar um profissional completo, que alie o conhecimento dos segmentos e também da ciência dos dados", diz. Uma das iniciativas da EMC nessa vertente foi a criação de uma cátedra de Big Data, em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ainda sob a ótica do legado que está sendo gerado para o país, Cunha ressalta outro ponto. "Em um ano e meio de atuação, o centro já registrou três patentes nacionais", afirma.