Por bruno.dutra

Rio - O Aeroporto de Catarina, em São Roque, a 69 km da capital paulista, deve entrar em operação no primeiro semestre de 2016, afirmou ontem o presidente do Conselho da JHSF, empresa responsável pela construção do aeroporto e de um complexo com outlet e torres comerciais que ocuparão uma área de sete milhões de metros quadrados.

O lançamento da pedra fundamental do aeroporto, ontem, marcou o início das obras do aeroporto. O empreendimento, segundo o chairman da JHSF, José Auriemo Neto, conta também com recursos de dois Fundos de Investimento Imobiliário (FII), formado por investidores pessoa jurídica e pessoa física, além da CFly, consultoria especializada em gestão de empreendimentos ligados ao setor aéreo, com foco em aviação executiva. O valor total do empreendimento é de R$ 1,2 bilhão. A companhia solicitou financiamento ao BNDES em 2013, mas o banco de fomento ainda não aprovou o pedido.

Auriemo disse que desde sua concepção, o aeroporto foi criado para ser um empreendimento internacional privado. “O projeto tem todas as características para este fim, mas não está nos nossos planos que no futuro ele se torne um aeroporto para a aviação comercial. O foco é o setor privado”, ressaltou Auriemo, que disse que já vem conversando com empresas de aviação executiva sobre a operação em seu empreendimento.

O aeroporto já recebeu todas as licenças ambientais e demais autorizações nas esferas municipal e estadual e obteve a autorização da Secretaria de Aviação Civil (SAC) para as obras do aeroporto e do terminal privado. A primeira fase das obras será para a construção de pistas, torres de controle, hangares e pátios. Jatos executivos intercontinentais poderão pousar no aeroporto de São Roque, com a oferta de serviços de manutenção, estadia, hangares e pernoite. O Terminal de Aviação Geral terá serviços de apoio a passageiros e tripulantes.

O foco de Auriemo na aviação executiva tem como base estudos que mostram que o mercado de esse mercado no Brasil cresce em torno de 10% ao ano e mais pessoas estão adquirindo jatos para rotas nacionais e transnacionais.

O ministro da SAC, Moreira Franco, que esteve no lançamento oficial do complexo, disse que o aeroporto é necessário para São Paulo, que precisa aumentar sua oferta de movimentação de jatos executivos internacionais.

“Aeroportos hoje são cercados por cidades que antes não tinham nada em volta. Temos locais como Teresina (PI) onde o muro das casas é o muro do aeroporto. A orientação da SAC é pela procura de áreas menos adensadas, com uma preservação de espaço que permita o crescimento ordenado”, disse o ministro.

Catarina é um dos sete aeroportos já autorizados pela SAC (Secretaria de Aviação Civil) para operar como terminais de uso público. Por essa modalidade de outorga, eles poderão receber voos da aviação geral com cobrança de tarifa. Os aeroportos estão localizados em João Pessoa (PB), Búzios (RJ) e Igarassu (PE), além de Caçapava, no interior de São Paulo, São Roque e a própria capital paulista.

“A presidenta Dilma permitiu que autorizássemos aeroportos privados para a aviação geral. Entramos em contato com outros empresários para criar aeroportos dessa natureza e analisamos pedidos de outros empreendimentos. Temos a necessidade dessa especificidade; afinal, somos a segunda frota de aviações executivos do mundo”, disse o ministro.

A outorga por autorização foi criada por decreto presidencial em dezembro de 2012.
Além do aeroporto, o Complexo terá ainda o Catarina Outlet Fashion, com 120 lojas e grifes como Burberry, Kate Spade e Michael Kors, que ficará pronto no final desse ano. Nesta primeira etapa do empreendimento foram gastos R$ 395 milhões.

Em 2017, serão inauguradas as duas torres comerciais. E em uma segunda fase de expansão do complexo, já prevista pela JHSF, está nos planos a construção de um hotel e também de um hospital.

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