Por bruno.dutra
Rio - As agências digitais brasileiras estão fazendo sucesso no exterior. Segundo a pesquisa Censo Digital da Associação Brasileira dos Agentes Digitais (Abradi), 30% das empresas do segmento já exportam seus serviços. Estados Unidos, Inglaterra, Argentina, Espanha e Portugal estão entre os países que mais demandam das agências locais. “Esse número só não é maior, pois ainda é nítido o desconhecimento do ambiente de negócios internacional”, pondera o presidente da entidade, Anderson de Andrade. Foram ouvidas 750 empresas para o estudo.
Com DNA digital, a SapientNitro é um exemplo de agência que já faz trabalhos para outros países. De acordo com o diretor-geral Raffael Mastrocola, o ambiente da empresa e o maior reconhecimento dos criativos brasileiros favorecem que as ideias cheguem a outros países.
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“Temos uma estrutura que faz com que esses funcionários possam trabalhar com qualquer cliente do mundo inteiro a qualquer hora, a qualquer momento. Independente de onde tem o custo e de onde está entrando a receita, a gente pode oferecer para os clientes o melhor trabalho e as melhores cabeças da nossa empresa. Não importa de onde vem a ideia, desde que ela seja boa”, explica ele, acrescentando que ter clientes globais é outro ponto a favor, pois em alguns países já há uma maior consciência da importância de uma boa comunicação também no meio digital.
“Conectamos consumidores e marcas através do coração e de experiências. Pode ser no digital, no ponto de venda, no celular, na televisão, em qualquer lugar. A gente tenta buscar o que gere valor para o cliente”, completa Mastrocola, citando a farmacêutica Abbott, cliente global e local da agência, para o qual a SapientNitro Brasil já ajudou na produção de campanhas.
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César Paz, CEO da AG2.Nurun, agência do Grupo Publicis, concorda, e destaca que a expansão do mobile e do uso das redes sociais é mais uma oportunidade para que as agências brasileiras aumentem suas exportações, mas também sua atuação no mercado local. “Houve uma mudança na forma de comunicar, e o digital é protagonista. As agências que são nativas no digital, são mais avançadas do que as tradicionais, até porque o modelo é diferente, mais focado nos serviços e não orientado à mídia”, diz ele.
Ainda segundo o Censo Digital, apesar do desenvolvimento de sites continuar a ser o serviço responsável pelo maior percentual do faturamento do setor, sua participação diminuiu de 29% em 2012, para 20% no ano passado, abrindo espaço para outras áreas como justamente o monitoramento de mídias sociais, citado por Paz.
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A pesquisa registrou também um forte ritmo de expansão nas agências digitais no Brasil. Com mais de 3,3 mil agências do setor no país, o faturamento do segmento foi de R$ 2,7 bilhões em 2013, um crescimento de 25% em relação a 2012, quando faturou R$ 2,2 bilhões. A expectativa para esse ano é superar os R$ 3,3 bilhões.