Por bruno.dutra
Rio - Na busca por se diferenciar da concorrência, num mercado em que os principais produtos são quase commodities, empresas de benefícios ampliam a variedade de serviços enquanto testam novas formas de customizá-los, de acordo com as necessidades dos clientes. Velhos conhecidos dos brasileiros, cartões-refeição e alimentação convivem no ambiente de trabalho com máquinas de sucos naturais e com serviços de aconselhamento voltados para donos de animais de estimação.
No mercado desde janeiro de 2012, a brasileira CBBS Cards trabalha na gestão de folha de pagamento e benefícios (como vales transporte e combustível), mas vem ampliando a área de atuação. Incorporou serviços de recrutamento e seleção, além de seguros saúde, dental e de vida. O próximo passo — previsto para 2015 — é o lançamento de um produto de qualificação e formação de executivos. A partir de convênios com instituições baianas de ensino superior, a empresa sediada em Salvador vai oferecer cursos de especialização não só em universidades locais mas também em instituições no exterior que tenham convênios assinados com os centros de ensino brasileiros.
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No momento, a CBBS negocia com a Faculdade Ruy Barbosa (parte do grupo americano DeVry Education) e com a Universidade Jorge Amado (integrante da rede Whitney International University System). A ideia é formatar pacotes educacionais em diferentes especialidades - todos adaptados aos requisitos de cada empresa. “Temos a nosso favor a força da negociação. Com o ganho de escala, temos condições de oferecer um custo menor”, afirma Josival Moreira,presidente da CBBS.
Com sede em Salvador (BA) e escritórios em Aracaju (SE), Maceió (AL) e São Paulo, a CBBS tem uma base de clientes formada por três mil empresas, o equivalente a 327 mil usuários. É a partir das demandas dessa base que Moreira trabalha para montar um portfólio variado de cursos. Independentemente do novo produto, a empresa planeja a abertura de seis novos escritórios em 2015, nas capitais nordestinas de Recife, Teresina, Natal, Fortaleza, João Pessoa e São Luís. “A diversificação tende a continuar. Ainda há muita coisa a ser implantada”, acredita o presidente da CBBS.
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Há mais de dez anos no mercado de cartões-benefício, a Alelo desenvolve também produtos relacionados a um conceito mais amplo de bem-estar e saúde. Depois de testadas dentro da própria companhia, máquinas de sucos naturais e de venda automática de produtos saudáveis (e orgânicos) agora estão instaladas em clientes, como parte de um serviço disponível inicialmente apenas em São Paulo. Na Alelo, os funcionários recebem gratuitamente quatro fichas por mês para a máquina de sucos, além de poderem adquirir outras. A máquina de sucos foi desenvolvida pela companhia em parceria com um fornecedor do setor de bebidas.
Outra novidade que por enquanto está sendo testada internamente na companhia é o uso de pulseiras “inteligentes” para estimular os colaboradores a se movimentarem no ambiente de trabalho e fora dele. Como parte de um programa-piloto iniciado em outubro, empregados das diretorias de Recursos Humanos, Jurídica e de Planejamento Estratégico foram sorteados para formar grupos, identificados por diferentes cores de pulseira. Cada movimento é contabilizado por meio de um dispositivo (smartphone ou tablet) sincronizado com a pulseira. O objetivo é que os usuários cumpram metas, sempre respeitando a capacidade física individual. “É um programa que está em fase embrionária, sendo implantado internamente. Numa segunda fase, pode extrapolar a empresa e chegar ao cliente”, conta Soraya Bahde, diretora de Recursos Humanos da Alelo. “Nossa meta é impactar a sociedade através dos nossos clientes.”
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Se muitas empresas partem da lógica que a saúde e a produtividade do funcionário passam também pelo bem-estar da família, nada mais natural do que oferecer benefícios que abrangem outros entes queridos. Incluindo os de quatro patas. Criada em 1986 para oferecer serviços de assistência a clientes corporativos, a Auster expandiu sua gama ao longo dos anos, com apoio psicológico, nutricional, jurídico e pedagógico, entre outros. O mais recente — lançado há quatro anos — é o Pet Consultor, um aconselhamento voltado para os donos de animais de estimação que enfrentam problemas com seus bichos.
“As empresas entendem que às vezes o problema não está no funcionário mas na família dele. E o animal passou a ser um membro da família”, sustenta Rafael Audi, gerente comercial da Auster, acrescentando que outros benefícios são geralmente extensíveis a familiares de primeiro grau. Além da Alelo, a empresa tem entre seus clientes bancos, construtoras e seguradoras. A maioria quer um consultor que esclareça as dúvidas dos empregados sobre questões de saúde e comportamento dos animais de estimação. Mas há também aquelas que contratam a Auster para oferecer o apoio a clientes externos. “Em alguns casos, trabalhamos para os clientes dos nossos clientes”, diz Audi.
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