Por monica.lima

Rio - Os desafios da indústria siderúrgica no Brasil e na América Latina, as inovações tecnológicas do setor e os rumos das exportações de aço e outros produtos relacionados serão discutidos na 21ª edição da Conferência Mundial de Aço, que começa na próxima segunda-feira, 16 de março, e vai até quarta-feira (18), no hotel Sofitel Rio de Janeiro, em Copacabana. O evento, que tem como parceiro de mídia o Brasil Econômico, é realizado cada ano num país diferente. O Brasil já havia sediado a conferência cinco anos atrás.

No primeiro dia, os participantes visitarão as instalações da ThyssenKrupp — Companhia Siderúrgica do Atlântico, patrocinadora master do encontro. Na terça-feira (17), Walter Medeiros, CEO da ThyssenKrupp CSA, e Jayme Nicolato Correa, presidente da Ferrous Resources, abrem a sessão de palestras falando sobre projeções para o mercado de aço, incluindo a expectativa para os segmentos de chapas, semiacabados e aços longos. A discussão sobre quem se consolidará como a potência do setor de aço na América Latina — que tem Brasil e México na disputa — é outro tema do encontro. O assunto será debatido por Andre Nascimento, consultor da área de aços semiacabados e acabados da empresa de análise de mercado CRU; Leonardo T. Shinohara, analista do HSBC Brasil; e Cristiano Prado, economista da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).

No dia 18, encerramento do evento, um dos temas que serão abordados diz respeito aos desafios dos comerciantes de aço no Brasil, que terá como palestrante Osvaldo Sicardi, CEO da Imexbra. Na sequência, uma série de workshops sobre o negócio de aço e os impactos da China sobre o mercado global fecham o encontro.

Para Andre Nascimento, da CRU, organizadora do evento, o Brasil tem desafios importantes a transpor. O principal deles é a competitividade.“O problema não é a qualidade da produção e, sim, o que acontece fora das fábricas. Temos grandes empresas atuantes no mercado brasileiro, mas que acabam tendo preços pouco competitivos diante dos gargalos logísticos e de infraestrutura, do custo de energia, do combustível e da inflação. É um problema que acompanha todas as indústrias brasileiras, na verdade. O Brasil perdeu espaço no mercado local, em sua região, por deficiências que comprometem a sua competitividade”, detalha Nascimento. Segundo ele, o mercado de ferro gusa brasileiro vem sendo um dos mais afetados: somente em março seis empresas fecharam as portas. Esse mercado é composto em sua maioria por pequenas e médias empresas e vem sendo afetado pela queda da demanda no mercado local e pela não entrada no mercado internacional.

“Essa indústria não consegue vender muito mais baixo pelos mesmos motivos”, destaca ele, que prevê um ano difícil para a indústria nacional em 2015, com a queda da demanda. Em 2013, o Brasil exportou um milhão de toneladas de aço e, em 2014, 1,5 milhão, sendo 25% para o mercado americano. A ArcelorMittal é patrocinadora Gold do evento, que tem como parceiros o Instituto Aço Brasil, o Sindicato da Indústria do Ferro no Estado de Minas Gerais (Sindifer), a Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração (ABM), o Sindicato Nacional da Indústria da Extração do Ferro e Metais Básicos (Sinferbase) e o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).

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