Por diana.dantas

Com mais de 90 anos, é em solo mineiro que a Aymoré, nascida no Rio de Janeiro, faz sua história. Conhecida por seus biscoitos, a marca, que pertence ao grupo Arcor desde 2005, faturou mais de R$ 200 milhões no ano passado, mordendo 27% do mercado naquele estado. Considerando só a grande Belo Horizonte, a fatia é ainda maior, chegando a 41%, segundo a fabricante. Para se ter uma ideia, a líder nacional, a M.Dias Branco — dona de marcas como Richester e Adria, populares principalmente no Nordeste do país — detém 19% do mercado brasileiro, segundo a consultoria Euromonitor.

“Minas representa cerca de 90% do que a Aymoré fatura anualmente”, diz o gerente de Marketing de Biscoitos da Arcor do Brasil, Anderson Freire. Além de Minas Gerais, a Aymoré também está presente no Rio de Janeiro, Espírito Santo e no Centro-Oeste.

“Mais do que crescer, é importante defender o nosso market share. A área 2 — formada por Minas, Interior do Rio e Espírito Santo — representa 18% do mercado brasileiro de biscoitos, sendo uma região que enche os olhos das nossas concorrentes. Temos o papel de nos consolidar e muitas oportunidades de crescimento”, ressalta Freire, acrescentando que o primeiro passo é expandir a atuação da marca no interior de Minas, para depois pensar nos outros estados em que já atua.
“Por isso, vamos levar o ‘Momentos Aymoré’ para o interior”, diz ele. No ano passado, a companhia levou dois shows gratuitos à Belo Horizonte, como parte das comemorações de aniversário de 90 anos da Aymoré. Esse ano, as apresentações serão ampliadas.

Com 860 funcionários, a fábrica de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, fabrica 3,2 mil toneladas de biscoitos por mês, o que representa 90% da produção total de biscoitos da Aymoré. Os outros 10% saem da unidade de Campinas (SP).

Para manter a liderança, desde 2012, uma das apostas é a linha “Grãos da Terra”, com produtos mais saudáveis, que terá lançamentos este ano. “Acreditamos em duas premissas básicas para o sucesso: manter a qualidade reconhecida pelo mineiro e trazer a novidades. Os consumidores de hoje buscam cada vez mais produtos saudáveis”, diz o executivo da Aymoré, acrescentando que “ a linha ‘Grãos da Terra’ cresce a taxas de 50% ao ano, enquanto o mercado de biscoitos não apresenta crescimento.”

Dados da Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (Abimapi) apontam que em 2014, o segmento de biscoitos vendeu 1,704 bilhões de toneladas, o que representou ligeira queda em relação ao ano anterior. Já o faturamento cresceu 10,56% na mesma base de comparação.

Mesmo com o momento complicado da economia brasileira, a companhia projeta crescimento de 10% no faturamento em 2015. Segundo Freire, apesar de não haver crescimento em volume, o mercado de biscoito é maduro, já que o produto está presente em 99% dos lares brasileiros. A mudança, diz ele, é a caminhada para produto mais saudáveis, com maior valor agregado, uma vez que há retração no consumo de biscoitos recheados.

No entanto, completa o executivo, apesar das mudanças, a Aymoré, com 47 diferentes produtos em seu portfólio, entre linhas e sabores, ainda segue a rota do mercado em que recheados, cream crackers, biscoitos maria e maisena e os chamados “secos doces” ainda representam 80% das vendas. Os produtos de alto valor, embora tenham o maior crescimento, ainda respondem por apenas cerca de 4% das vendas.

Sem falar em números, o gerente de Marketing de Biscoitos da Arcor, Anderson Freire, diz apenas que a Aymoré é uma das unidades do grupo Arcor que mais investe em marketing no Brasil. A marca volta à TV neste mês com mais uma campanha exclusiva para o estado de Minas. A empresa aposta ainda em comunicação cultural, ações nos pontos de venda, inovações nas embalagens, entre outros.

“A Aymoré representa aproximadamente 20% do faturamento do grupo Arcor no Brasil. Dentro do negócio de biscoito, a marca representa mais de 50%”, completa o executivo. A Arcor também é dona da marca de biscoitos Triunfo.

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