Por monica.lima

São Paulo - Cinco anos após firmarem um acordo para fazer frente ao Google no mercado de serviços de buscas e de publicidade on-line, o Yahoo e a Microsoft anunciaram ontem uma revisão da parceria, depois de os resultados colhidos nesse intervalo mostrarem, na prática, poucas mudanças no quadro de competição nesses segmentos, tanto globalmente como no mercado brasileiro. Com prazo inicial de dez anos, o acordo já previa uma revisão ou mesmo o cancelamento da união de forças das duas empresas.

No acordo firmado em 2009, o Yahoo passou a adotar os recursos do Bing, serviço de busca da Microsoft, em seus portais, em detrimento de suas próprias ferramentas. Em contrapartida, as equipes de vendas do Yahoo tornaram-se as responsáveis pela venda dos anúncios associados aos serviços de buscas das duas empresas, em um modelo de receitas compartilhadas. Para a Microsoft, a ideia era ter acesso ao tráfego gerado pelo Yahoo e ganhar escala e volume no Bing, fatores essenciais para a venda de publicidade nessa esfera. Já para o Yahoo, os benefícios estavam relacionados ao fato de a empresa abrir uma frente adicional de receita de anúncios on-line.

Com as mudanças anunciadas ontem, a venda de anúncios da plataforma do Bing passa a ser de responsabilidade exclusiva da Microsoft, enquanto o Yahoo será responsável pelas vendas da Gemini, sua plataforma de anúncios. A Microsoft continuará a pagar um percentual pelos anúncios associados às buscas realizadas a partir dos sites do Yahoo. “A nossa parceria com o Yahoo é um exemplo das diversas parcerias que continuaremos a cultivar para ter um impacto maior junto aos nossos clientes”, disse Satya Nadella, executivo-chefe da Microsoft. A manutenção do acordo é positiva para a Microsoft, já que o Yahoo vinha questionando firmemente alguns pontos do acordo nos últimos meses.

A resposta a uma parte dessas indagações é também um ganho para o Yahoo. Em outra alteração, a empresa passa a ter mais controle e espaço para aprimorar a experiência de busca e a forma como apresenta os resultados das pesquisas aos usuários. Embora continue adotando os recursos do Bing para grande parte das buscas realizadas via PCs, o Yahoo poderá gerenciar e investir em melhorias para os serviços de busca oferecidos pela companhia nesses equipamentos e, especialmente, em dispositivos móveis. A transição para essa última vertente é um dos pilares da estratégia de recuperação do Yahoo. “Esse acordo renovado abre oportunidades significativas em nossa parceria e estou muito entusiasmada para explorá-las”, afirmou Marissa Mayer, executiva-chefe do Yahoo.

A revisão foi bem recebida por analistas do JPMorgan, que destacaram o ganho de flexibilidade. “Agora, o Yahoo pode oferecer seus próprios resultados de busca e também firmar outras parcerias”, observaram em relatório. Para eles, isso abre portas, inclusive, para possíveis acordos com o Google.
O Google continua dominando o mercado de serviços de buscas.

Segundo a consultoria StatCounter, a empresa teve uma participação global de 91,3% nos últimos doze meses, ante 3,96% do Yahoo e 3,48% do Bing. Em 2009, essas participações eram de 91,3%; 3,87%; e 3,23%, respectivamente. No mercado brasileiro, o cenário se repete. Há cinco anos, o Google liderava com 97,76%, contra 2,17% do Yahoo e 0,98% do Bing. Nos últimos doze meses, esses índices, respectivamente, foram de 94,25%; 2,49%; e 2,3%. Com agências

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