Por monica.lima

A icônica fabricante de motos Royal Enfield, controlada pela indiana Eicher Motors, está planejando uma investida em mercados da América Latina e do Sudeste Asiático para impulsionar os lucros, disse o presidente executivo Siddhartha Lal.

A companhia, que fabrica a “cult” Bullet e é uma das mais antigas fabricantes de motos, já exporta algumas motocicletas intermediárias para países nestas regiões, mas agora planeja aumentar as redes de vendas locais e pode até mesmo pensar em montar unidades de produção no futuro, disse Lal.

“Tudo que for preciso, em nossa visão, para se tornar bem-sucedido nesse mercado, nós vamos fazer”, disse Lal à Reuters na recém-inaugurada loja do grupo em Nova Délhi.

A Eicher Motors está prevendo uma demanda maior em mercados emergentes para motos de médio porte — com uma cilindrada entre 250 a 650 centímetros cúbicos —, disse Lal em uma entrevista à Bloomberg.

“Queremos adotar uma abordagem estratégica que não está centrada em exportar algumas motocicletas a partir daqui. É sobre ser um player significativo nesse mercado”, disse ele, sem detalhar quanto a companhia vai investir.

A empresa começou no ano passado a vender as motos na Colômbia, que, segundo Lal, pode logo se tornar seu maior mercado fora da Índia, e a companhia planeja ingressar na Indonésia e na Tailândia.

A empresa também busca maneiras de entrar no Brasil, embora altas tarifas de importação signifiquem que a companhia precisará olhar para a montagem de uma fábrica própria ou buscar parceria com um fabricante local para oferecer preços mais competitivos.

“Eventualmente, se quisermos ser um grande player no Brasil é inevitável fabricar localmente”, disse Lal, acrescentando que a companhia precisará pensar em um plano similar para o Sudeste Asiático, devido a altos custos de importação.

A Eicher adquiriu o controle da Enfield Índia em 1993.

Montagem no Brasil deve iniciar ainda este ano

Com um representante de vendas no Brasil desde 2010, sediado em Itajubá (MG) e com escritório em São Paulo, a montadora atualmente tem uma lista de espera de 220 motos, uma vez que as plantas indianas estão sobrecarregadas por pedidos do Reino Unido e dos Estados Unidos.

Segundo João Paulo Torres Franco, que representa a marca no país, a Royal Enfield passou a importar as motos para o mercado local a partir de 2013. A expectativa é de que a companhia passe a montar no Brasil, em uma unidade fabril na Zona Franca de Manaus ainda este ano.

De acordo com Franco, a montadora deve usar a capacidade ociosa de outra fabricante, cujo nome ele optou por não revelar. A partir da montagem no país, a companhia deve começar a estruturar uma rede de concessionárias. Segundo o site da companhia, 11 revendas trabalham com a marca no Brasil, em São Paulo e Minas Gerais.

A Royal Enfield encerrou o primeiro trimestre do ano com alta de 44% em suas vendas, com 92.845 emplacamentos. Por aqui, o modelo mais procurado é o Classic 500 que, segundo a companhia, é a moto mais antiga ainda em linha de produção, já que seu design remonta à década de 30. Por aqui, o preço desse modelo inicia em R$ 22.600.

Com uma herança de fabricação de armas e “Feito como uma arma” como slogan, a Royal Enfield começou a produzir motocicletas na Inglaterra em 1890, além de bicicletas e cortadores de grama. Desde os anos 1940, a empresa não fez muitas alterações tecnológicas no motor de um cilindro, com exceção de algumas modernizações, como a injeção direta de combustível e interruptor de ignição. Com agências

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