Por douglas.nunes

Com 283,5 milhões de acessos ativos no Brasil — segundo dados recentes da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) —, a telefonia móvel definitivamente já deixou de ser uma promessa no país. E dos smartphones aos vestíveis, o leque cada vez mais amplo de dispositivos já está exigindo que as marcas repensem suas estratégias de relacionamento com os consumidores. É sob esse cenário que a brasileira Pontomobi — companhia de publicidade e marketing móvel — está lançando uma unidade de negócios voltada à oferta de serviços de consultoria. A ideia por trás da iniciativa é ajudar as empresas a estabelecer esse novo diálogo com seus respectivos públicos.

“O Google já afirmou que até o fim do ano, metade das buscas será realizada via dispositivos móveis. Essa vertente já representa a maioria dos acessos do Facebook. Esses e outros dados mostram que a mobilidade deixou de ser coadjuvante para ser protagonista no mundo digital”, diz Leo Xavier, executivo-chefe da Pontomobi, cujo entusiasmo se traduz em uma fala tão rápida quanto o avanço do número de dispositivos nas mãos dos consumidores. “A nova unidade é a materialização da nossa percepção de que o mercado entendeu que estratégia de mobilidade é muito mais do que um aplicativo ou um site móvel. O consumidor já mudou. E é natural que espere a mesma abordagem das marcas. Por outro lado, muitas empresas ainda não sabem como dar esse passo”, afirma.

O discurso de Xavier tem como base um estudo periódico realizado pela empresa junto aos 350 maiores anunciantes do país. Programada para ser divulgada em julho, a nova edição da pesquisa avalia 70 indicadores e classifica essas empresas em cinco grandes grupos no que diz respeito às estratégias no mundo móvel: grau zero, curioso, básico, pronto e expert. “De um ano para cá, houve um grande avanço na parte de baixo da pirâmide. Falta conhecimento, mas não falta vontade”, diz. “Cerca de 50% dessas companhias estão entre curiosas e prontas. É esse universo que vamos priorizar”, observa.

Antes uma frente dispersa no dia a dia do grupo, os serviços de consultoria passam a ter uma estrutura com gestão e equipes específicas. A proposta é que os projetos atendidos não envolvam necessariamente a entrega das estratégias — aplicativos, campanhas, etc — pelos outros braços da companhia. Os estudos realizados servirão como guia para a unidade. No portfólio, um dos exemplos é uma ferramenta batizada de Fast Track Mobile, que irá oferecer um pacote com uma análise detalhada sobre as ações móveis realizadas pela concorrência, as melhores práticas do setor em questão e as estratégias e objetivos de negócios da empresa atendida. A partir desses dados, a Pontomobi irá desenhar um planejamento com o melhor caminho para o cliente nessa seara. Smiles e L’Oréal Brasil são as primeiras marcas a adotar essa solução.

As novidades da Pontomobi não se resumem à divisão. A companhia acaba de contratar Marcelo Toledo — profissional com passagens por empresas como AmBev, Microsoft, Diageo e Unilever — para ocupar o recém-criado cargo de executivo-chefe de crescimento. “Vou responder pela criação de novas áreas de negócios e busca de novos formatos de atuação. A área de consultoria é um primeiro passo nessa direção”, diz Toledo.

Entre as possíveis novas áreas que podem justificar em médio prazo uma abordagem à parte dentro do grupo, Xavier cita o conceito de Internet das Coisas, especialmente pelo crescimento que vem sendo observado nos projetos ligados aos mais diversos dispositivos vestíveis. Como exemplo recente, ele aponta o aplicativo da Rádio Skol para o Apple Watch, além de protótipos de equipamentos conectados que a própria Pontomobi vem desenvolvendo com um parceiro não revelado.

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