Por diana.dantas

A entrada do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no consórcio Gateway — formado pela holding DNG, do empresário David Neeleman, e de Humberto Pedrosa, dono do Grupo Barraqueiro — vencedor da privatização da TAP, com 61% da companhia estatal portuguesa, está sendo cogitada, segundo fontes próximas da empresa.

A entrada do banco brasileiro, por meio de uma participação societária, seria o primeiro passo para a aproximação oficial da aérea Azul, fundada por Neeleman, da TAP. Uma fonte do setor aéreo adiantou que o vice-presidente da TAP, Luiz Gama Mór, teria comentado que as sinergias entre as duas empresas, no Brasil e em Portugal, são importantes para o crescimento da TAP. 

“O Banco não tem hoje as mesmas reservas de antes e, para que um aporte venha a acontecer, seria preciso, além de vontade política, que o negócio envolvesse a empresa brasileira de Neeleman, a Azul. Não se pode dizer que isso seja impossível, desde que traga retorno para a companhia no Brasil. O BNDES costuma fazer aportes para a internacionalização de corporações e entrar em uma aérea não é inviável”, diz uma fonte.

Em Portugal, o ministro dos Transportes Sérgio Monteiro disse à imprensa local que no programa desenvolvido pelo consórcio Gateway para a TAP haveria uma proposta do BNDES de olhar as possibilidades de participação na companhia aérea. Outra fonte, no entanto, teria afirmado que o valor do aporte do banco poderia ficar acima de R$ 500 milhões.

Ontem, a aérea portuguesa não comentou o assunto e o BNDES informou que não examina qualquer proposta envolvendo a TAP e a Azul.

Além da possível entrada no BNDES no negócio, outro caminho a ser utilizado por Neeleman para fazer caixa na companhia está na venda das aeronaves da aérea portuguesa, tão logo a privatização tenha seu processo finalizado pelas autoridades da União Europeia. Com a venda dos aviões, os novos donos da TAP podem render € 100 milhões à empresa. A frota da TAP é de 77 aviões.

“Fazer uma operação de Sale&Leaseback (venda e aluguel de aeronaves) é algo absolutamente natural e inteligente. A frota da TAP é formada por modelos Airbus A-330 e a venda para empresas de arrendamento e posterior aluguel não envolvem grande burocracia e nem mesmo a necessidade de mudar a matrícula destas aeronaves.Hoje, não seria inteligente manter uma frota própria”, diz uma fonte.

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