Márcio Vieira, Claudinho, Selminha Sorriso e Fabrício Ligiero, na Marquês de SapucaíDivulgação
Selminha Sorriso e Claudinho da Beija-Flor contam com 'coaches' para melhorarem o gingado na Sapucaí
Primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da azul e branca nilopolitana recebem as dicas e técnicas dos coreógrafos Márcio Vieira e Fabrício Ligiero
Nilópolis - Eles passam pela avenida e encantam foliões que assistem das arquibancadas e também pela transmissão para TV, streaming e redes sociais o Carnaval do Rio de Janeiro. Tanta graça, leveza, desenvoltura, talento e beleza exigem dedicação, preparo e um trabalho com profissionais da linguagem da dança. Estamos falando dos “coaches” do carnaval ou do samba, profissionais por trás das passistas, rainhas, mestres-salas e porta-bandeiras.
'Coach' é uma palavra que tem origem inglesa e significa “carruagem”. Foi usada inicialmente para referir-se aos professores de Oxford, na Inglaterra, que atuavam como “professores extracurriculares” dos alunos que podiam arcar com esta despesa. Embora pareça uma profissão recente, já que só agora ganhou mais projeção, a verdade é que esse processo existe há mais de 60 anos, e o fato de se popularizar demonstra cada vez mais a sua eficácia com resultados. No Carnaval, o termo ganha cada dia mais força e mostra nos desfiles a importância desses profissionais.
E até mesmo nomes renomados e respeitados no samba reconhecem a importância desse trabalho. O diretor de movimento, coreógrafo e ator Márcio Vieira e o ator, coreógrafo e produtor cultural Fabrício Ligiero são os preparadores de um dos casais de mestre-sala e porta-bandeira mais queridos do carnaval carioca, Selminha Sorriso e Claudinho, da Beija-Flor de Nilópolis.
“O coach numa visão geral, trabalha com um direcionamento e objetivos específicos. A principal função desses “treinadores” é encorajar uma pessoa a estabelecer quais são suas metas e então ajudá-la a alcançar esses objetivos, indo além das limitações visíveis. Muitos casais já possuem seus “coreógrafos” e muitos são da comissão da escola da mesma agremiação. O que nós fizemos foi dar uma nomenclatura que explicasse melhor o nosso trabalho com o casal. Não criamos uma coreografia onde eles aprenderam, vão dançar e bailar. Como coach/técnicos o que fazemos é juntar o conhecimento que esse casal incrível possui, afinal são 31 anos juntos nesse bailado e, nós com a nossa técnica, vinda da dança , do teatro e do próprio carnaval, reorganizamos , limpamos , definimos a” partitura coreográfica” apresentadas por eles. É um trabalho de equipe: nós e eles. Até porque não podemos perder jamais a essência do casal de ouro”, explica Márcio.
Para esse desfile, o casal trouxe um esboço coreográfico e, a partir daí, começou a criação dos movimentos e intenção.
“Começamos duas horas, uma vez por semana na sala de ensaio no barracão, sem bandeira, sem anágua, sem sapatos e quando os movimentos ficaram orgânicos, começamos a trazer os elementos fundamentais para o ‘jogo’ e hoje já ensaiamos três vezes por semana, mais de duas horas, algumas vezes na avenida outras na sala de ensaio”, conta Fabrício.
O mestre-sala Claudinho conta que o trabalho do coach agrega em postura e marcações. “Porque dentro da dança do casal, ás vezes, é preciso um olhar clínico para dar uma direção e correção. O bom é saber que temos o Fabrício e o Márcio pra agregar e ajudar nesse trabalho cultural, que é a dança do MS e PB”.
Para Selminha, o trabalho é de excelência e essencial. “Eu penso que o trabalho do Coach é muito importante, faz muita diferença. É um olhar técnico, de lapidação, de acabamento. Hoje é fundamental. Eu dou parabéns aos profissionais dessa área. Em nomes de todos, o meu agradecimento”, conclui.
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