Por marina.rocha

Niterói - As trilhas sonoras que tocam nas novelas e minisséries da TV Globo, fique sabendo que podem ter sido gravadas bem pertinho de você, que mora em Niterói ou São Gonçalo. O mesmo pode acontecer ainda com músicas de seus CDs ou que você costuma ouvir nas rádios. É que muitas dessas produções saem de estúdios das duas cidades, que abrigam grande nomes da música brasileira como o saxofonista Zé Canuto e o baixista e também secretário de Cultura de Niterói, Arthur Maia.

Zé Canuto é o responsável pelos arranjos dos metais da abertura da minissérie Sexo e as NegasAlexandre Vieira / Agência O Dia

O trabalho mais recente produzido do lado de cá da Ponte está na abertura da minissérie Sexo e as Negas, que estreou terça-feira na TV Globo. Os arranjos dos metais foram feitos e gravados por Zé Canuto, no estúdio que funciona na casa dele em Maria Paula, São Gonçalo. “Me mandaram a base da música e eu logo fiz o arranjo. E tudo por computador. Nunca pensei em sair daqui e a tecnologia só me facilitou. Adoro a tranquilidade do lugar que moro, o que para mim é muito inspirador. À noite, aqui, é assustadoramente silencioso”, brinca o músico que tem no currículo gravações ainda para o Criança Esperança, as novelas Pé na Cova, Saramandaia, entre outras produções.

Muito raramente, Canuto sai de Maria Paula. Uma das últimas vezes foi para participar de gravação com o padre Fábio de Melo. As exceções têm sido os shows com o cantor e ator Daniel Boaventura, com quem está tocando. Mas Canuto já pegou muita estrada com Lenine, Gal Costa, Rita Lee, Ed Mota, entre outras feras da nossa música.

Desde 2013 na Secretaria de Cultura de Niterói, o virtuose Arthur Maia tem dividido seu tempo entre os compromissos com os eventos e projetos para a cidade com a música. Ele também produz trilhas para programas de TV e participou do jingle da Copa do Mundo desse ano que veiculava na TV Globo entre um intervalo e outro dos jogos. Tudo isso do seu estúdio em Piratininga.

O secretário de Cultura Arthur Maia tem dividido seu tempo entre os compromissos com os eventos e projetos para a cidade com a músicaAlexandre Vieira / Agência O Dia

Entre um trabalho e outro, ele ainda arruma tempo para produzir e gravar CDs, no estúdio dele, de artistas locais, como Pedro Zoli. “Sempre busquei qualidade de vida por isso gosto de morar e trabalhar em Niterói. Quando meus filhos eram pequenos, depois de pega-los na escola íamos direto para a praia. Eu tinha até um cavalo. Trabalhando aqui, ganho mais tempo para fazer outras coisas”, conta ele.

Rio deságua do lado de cá

E se os músicos de Niterói não vão até o Rio, os artistas do Rio, vêm até Niterói. Há dois meses, o cantor Gerson King Combo, um dos ícones da soul music no país, chamado de ‘James Brown brasileiro’ gravou a faixa bônus do DVD dele, ainda a ser lançado, no Tomba Records, em Santa Rosa.

“O empresário dele é um amigo em comum. Foi muito legal”, conta Bruno Marcus, de 39 anos. Ele e Gilber T são donos do espaço que existe há 15 anos.

Bruno vê com bons olhos a existência de um amplo espaço para o mercado de gravação de músicas em Niterói e não se incomoda com a concorrência. Para ele, isso ajuda, principalmente aos novos talentos. “É mais barato para o artista gravar um CD aqui em Niterói que em alguns lugares no Rio. A tecnologia ajudou baratear esse custo em torno de 50%”, explica ele.Segundo Bruno, gravar uma música no Tomba custa entre R$ 400 e R$ 4 mil.

O selo Niterói Discos é outro espaço que tem aberto as portas do sucesso para os talentos niteroienses. Quase 200 discos já foram colocados no mercado através do selo que começou, há 25 anos, gravando em vinil.

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