Niterói - Com previsão de investimentos da ordem de R$ 3 milhões, o Largo da Batalha vai ganhar um novo mercado popular. De acordo com a prefeitura, a licitação para a obra será realizada na próxima sexta-feira e o espaço será inaugurado em cerca de quatro meses. O local terá 32 boxes - cada um com 2,80 x 1,40 m. Este é o número exato de feirantes que desde o ano passado foram proibidos de vender seus produtos no ‘calçadão’.
Porém, enquanto o espaço definitivo não fica pronto, os comerciantes utilizam uma área que fica ao lado da policlínica do bairro. Na última terça-feira, apenas cinco deles trabalhavam. A reclamação é que o local fica distante do centro comercial, o que prejudica as vendas.

O secretário de Desenvolvimento Econômico Fabiano Gonçalves explica que a localização das barracas no calçadão era um problema pontual. “Os comerciantes vendiam peixes e porcos ali e jogavam os restos no chão, era antihigiênico. Além disso, os pedestres muitas vezes tinham que passar no meio da rua, sem espaço para circular na calçada”, disse.
O novo prédio também será a sede do Centro de Assistência Social, o que deve colaborar para o crescimento das vendas. “O projeto é prioridade número um para nós, estamos investindo para que os próprios feirantes se enxerguem como microempresários que são. Eles podem ganhar até mais do que ganhavam antes”, alerta.
Uma das vendedoras mais antigas ‘na praça’ é Maria Zenaide Tavares, de 58 anos, sendo 40 de profissão. “A freguesia não vai onde nós estamos. Muita gente até desistiu, não sei nem se vão conseguir ocupar os 32 estandes”, diz. Ela trabalha com o filho, Alessandro Ribeiro, 31.
“Antes nós comprávamos cinco caixas dos legumes e faltava. Hoje compramos uma caixa e ainda estraga”, analisou.
A empregada doméstica Claudia Custódio, de 41 anos, costumava comprar frutas no ‘calçadão’, mas após o reposicionamento das barracas, nunca mais consumiu. “O preço deles é bom, mas agora fica fora do meu caminho”, declara.
Comércio de dia e eventos até às 22h
Se durante o dia o Mercado Popular tem pouco movimento, à noite a situação muda. Moradores do Largo da Batalha utilizam o espaço para se reunir. Segundo a prefeitura, o uso para o lazer é permitido, mas tem seus limites. “O mercado provisório é usado pelos comerciantes na parte da manhã e até no máximo 15 horas. Objetivando otimizar o equipamento público, a prefeitura permite atividades culturais somente até às 22h", informou.
Para Alessandro, o problema é a bagunça que fica. "Quando a gente chega no domingo de manhã sempre tem que arrumar", relata.