Por victor.duarte

Niterói - A zoação rola solta na arquibancada quando as torcidas universitárias entram em ação. Vale de tudo. Meninos de saia e meninas de cueca ostentando a inseparável caneca de chope, peça que esta turma de vinte e poucos anos carrega pendurada no pescoço.

Eles usam bandeiras, uniformes, bateria, pó de arroz e tintas, além de gritos de guerra, coreografias ensaiadas e até mascotes. Com todos esses recursos, os animadores e as cheerleaders, bem no estilo que vemos nos filmes norteamericanos, estão dando um show à parte nas já populares competições esportivas entre universidades. Em Niterói, a UFF já é uma especialista no assunto: vários cursos têm suas ‘galeras’.

Uffanfarra foi eleita a melhor torcida nos últimos dois anos nos Jogos de Comunicação (Jucs)Divulgação

O clima é de total descontração, mas também existe uma disputa para ver qual universidade merece o prêmio de melhor torcida. O pessoal da Comunicação Social, que forma a Uffanfarra, já levou a melhor por duas vezes nos Jogos de Comunicação (Jucs), em 2013 e 2014. O integrante Hugo Franco, de 21 anos, tem orgulho dos resultados. "Vencemos de torcidas maiores, às vezes até com o dobro do nosso tamanho, mas nós ganhamos na raça, na paixão", destaca o estudante.

Os gritos de guerras são os mais variados. "Temos várias músicas, algumas publicáveis e outras não (risos). Uma que reflete bem a nossa paixão diz assim: UFF, estou sempre contigo, sempre a te apoiar, ganhando ou perdendo, eu não paro de cantar", canta Franco.

Brincadeiras à parte, a cheerleader Cecília Boechat, 18, diz que a atividade não é nada simples. "É preciso treinar muito, acreditar que você consegue, confiar que seus colegas vão te segurar e deixar os problemas em casa. Tem que manter o foco, tentar desenvolver aptidões físicas e estar apaixonado pelo time. No fim, torcer é um esporte maravilhoso e muito divertido", descreve a jovem.

E os ensaios acontecem toda semana. Isso porque eles já estão de olho na próxima edição do Jucs, que acontecerá daqui a oito meses. O objetivo é manter o título na instituição niteroiense.

A galera da Administração não fica atrás. Com cerca de 50 integrantes, os Crocodilos da UFF ganharam o título na primeira edição dos Jogos de Administração (Jad), realizada este ano. O presidente da Atlética da Adm, João Victor Nogueira, sabe que o esporte consegue unir os estudantes.

"Esse tipo de iniciativa cria uma paixão, um ambiente sadio, de interação constante e inesquecível para todos que passam pela faculdade. Além disso, é emocionante entrar em quadra com a pressão da torcida. É como estar lutando pela nossa honra", descreve.

‘Briga’ no jogo, amizade na vida

No dia 15 de outubro foi o encerramento das Olimpíadas regionais dos estudantes de medicina (OREM). Pela sétima vez, a Meduff foi a campeã, dando motivos de sobra para a galera cantar em alto e bom som: “Vamos ganhar, vamos leões! Aqui no Orem a Meduff é sensação. Se quer beber, se quer zoar, e do fundão a vida inteira eu vou ganhar”.

Uma das organizadoras do grupo, Lívia Franco, 23, garante que a torcida pode ganhar o jogo. “É ela quem leva o time. O atleta sente a vibração e tem ainda mais força”, conta. Os eventos costumam unir alunos que no futuro serão colegas de profissão. “A competição é muito séria dentro da quadra, mas somos amigos. É raro ter desentendimentos entre as faculdades, apesar de existirem brincadeiras e estereótipos”, diz.

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