Por marina.rocha

Niterói - Seja no banco, no ônibus, na escola, na rua ou até em casa: você está sendo vigiado. Em Niterói, moradores de vários bairros vivem um verdadeiro Big Brother. É que as ruas onde moram são monitoradas 24 horas por câmeras. Alguns equipamentos foram colocados pelas associações de moradores e outros pela ONG Viver Bem. Mas todas têm o mesmo objetivo: oferecer segurança. Na contramão do serviço particular, o secretário de Ordem Pública, Marcus Jardim, avisa: “Não se pode espalhar câmeras sem estratégia e aleatoriamente. A tutela é do poder público. Qualquer tentativa contrária está sujeita à responsabilidade criminal”.

ONG Viver Bem tem 150 equipamentos e aciona policiais quando percebe ‘movimentação suspeita’ Mauro Pimentel / Agência O Dia

A prefeitura informou que 450 novos ‘olhos eletrônicos’ começam a ser instalados ainda este mês. Os aparelhos estarão ligados ao Centro Integrado de Segurança Pública (Cisp), em Itaipu. A inauguração está prevista para o primeiro semestre e o projeto custou cerca de R$ 20 milhões. O local será interligado com todas as forças de segurança da cidade: Guarda Municipal, polícias Militar, Civil, Federal, Rodoviária Federal; Bombeiros, NitTrans e Defesa Civil.

Enquanto o CISP não vem, os moradores de alguns bairros vão se virando como podem. Na Boa Viagem, por exemplo, são 32 câmeras espalhadas pelas sete ruas do bairro. “Temos todos os pontos mapeados. A gente consegue ver tudo o que acontece”, garantiu o presidente da associação de moradores Carlos Augusto Valdetaro. Dos 42 prédios do bairro, 28 pagam R$ 230.

Em Camboinhas, a vigilância está por conta da Soprecam, que atua com 12 câmeras. “Vamos instalar mais 48 nos próximos quatro meses”, afirmou o presidente da instituição, Stuessel Amora lembrando que as imagens ficam armazenadas por 72 horas.

Já a ONG Viver Bem cuida de 150 câmeras, do Centro até o Largo da Batalha.“Todos os dias postamos boletins de trânsito e avisamos às autoridades quando percebemos algo estranho”, conta o empresário Felipe Reis.

Todas as sete ruas da Boa Viagem contam com monitoramentoEstefan Radovicz / Agência O Dia

Câmeras inibem criminosos e diminuem as ocorrências

Sem se importar quem é o dono da câmera, o coronel Gilson Chagas, do 12° BPM (Niterói) acredita que as imagens só contribuem com o trabalho da polícia. “Pra gente quem instalou a câmera é o que menos importa. Os equipamentos inibem as ações criminosas. E mesmo quando elas acontecem fica mais fácil identificar os autores”, disse.

Há um ano, por exemplo, as câmeras da Boa Viagem flagraram um morador levando várias facadas de dois motociclistas na Rua Antônio Parreira. A dupla de criminosos acabou reconhecida e presa.

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