Por marina.rocha

Niterói - No próximo sábado, dia 21/03, é comemorado o Dia Internacional da Síndrome de Down. A data não foi escolhida por acaso. Ela faz referência à terceira cópia do cromossomo 21, que é responsável pela alteração no DNA. Em Niterói, haverá programação especial.

A ONG Niterói Mais Humana realiza a partir da próxima quarta-feira o projeto Niterói Down Click Na Beleza. Serão cinco dias de ações que querem quebrar os preconceitos ainda existentes e chamar atenção para a necessidade da criação de mecanismos de inclusão para os 300 mil brasileiros nesta condição.

Escola Especial Crescer tem 105 alunos%2C 15 deles com Síndrome de Down Carlos Wrede / Agência O Dia

O primeiro evento será um vídeo-debate com a exibição do filme Colegas, um longa que conta a história de três jovens apaixonados pelo cinema. Vai ser na quarta-feira, às 18h30, no Memorial Roberto Silveira, no Caminho Niemeyer. Na quinta, também no Memorial, às 13h, vai ter uma sessão de contação de histórias com o ator Andre Varela. Já na sexta, vai rolar uma mesa redonda com o atleta faixa preta em judô Breno Viola, da ONG Movimento Down. Todos os palestrantes têm a síndrome.

No dia 21, sábado, a Niterói Mais Humana vai montar uma estrutura no Campo de São Bento, em Icaraí, a partir das 9h. E no mesmo dia acontece a abertura de exposição dos fotógrafos Renato Moreth e Claudia Perpétuo, no Shopping Icaraí.

Quem gostou de saber das comemorações foram os pais e alunos da Escola Especial Crescer, que fica em Piratininga. A instituição tem 105 alunos matriculados, dos quais 15 têm síndrome de Down. A diretora da instituição, Renata Dreux, explica que o método vai além de ensinar a ler e escrever. “Nós temos alunos de 4 a 52 anos, lecionamos de acordo com os interesses de cada um. Incentivamos a independência dos alunos”, diz.

A grade de horário inclui capoeira, natação, culinária, música e fotografia. Tem ainda terapia, fisioterapia, fono e psicomotricidade. Fernando Irume tem 27 anos e está na escola há 13. “Eu adoro aula de capoeira”, afirma. A mãe, Cristina Irume, destaca que a escola ajudou muito no desenvolvimento do Fernando.

João Marcos tem 19 anos e está em seu sexto curso profissionalizante no SenaiDivulgação

Senai tem projeto de inclusão

A favor da inclusão, o Senai Niterói oferece os seguintes cursos para alunos com síndrome de down: Padaria-Confeitaria, Operador de Computador, Assistente Administrativo e Operador de Suporte Técnico em TI. O aluno João Marcos Andrade Porto, de 19 anos, já está empregado e atrás do sexto diploma.

E são mais iniciativas como esta que a ONG Movimento Down procura. Há três anos a organização vem trabalhando pela autonomia das pessoas com a síndrome.

Um direito que nem todos sabem, por exemplo, é que toda escola deve matricular crianças com síndrome de Down, como explica a coordenadora de comunicação da ONG, Estefania Lima. “Buscamos uma educação inclusiva. Uma criança com síndrome de down é completamente capaz de aprender em uma escola regular. É só as instituições se adequarem”, diz.

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