Por marina.rocha

Niterói - Já pensou em comer um biscoitinho de semente de girassol acompanhado de pasta de castanha de caju desidratada? Ou quem sabe uma torta de banana com massa de semente de girassol descascada e passas? E tudo sem ir ao fogão. São exemplos de receitas da chamada alimentação viva, feita à base de sementes germinadas, brotos, vegetais, frutas, legumes e alimentos desidratados e fermentados. Nada vai ao forno, no máximo, são expostos ao calor do sol, o que a diferencia da alimentação vegana.

O suco de sementes com folhas verdes é uma das receitas queridinhas dos alunos do Culinária VivaCarlo Wrede / Agência O Dia

É o que a niteroiense Juliana Malhardes ensina no curso Culinária Viva. “Comecei a comer alimentos vivos há dez anos por problemas digestivos. Fiz várias dietas, mas nada funcionava, tinha muita dor de cabeça e não dormia direito. Hoje sinto meu corpo com mais energia e estou feliz com minha estética”, diz.

Seguidores desta prática dizem que comer vivo vai além do paladar, é uma filosofia de vida. Nas aulas, que podem ser virtuais ou presenciais, Juliana explica e ensina os quatro passos para quem quer experimentar. O primeiro é o entendimento do que é se alimentar da comida em sua natureza, depois é preciso dominar a prática da germinação de sementes. O terceiro passo é fazer com que os pratos pareçam com o que eles são, por conta da nossa memória afetiva, como é o caso da torta de banana — ninguém diz que é uma receita ‘viva’. E por último, é essencial se relacionar com pessoas que germinam, porque comer vivo sozinho não funciona.

Para quem está começando, o ideal é inserir alguns pratos na alimentação, nada muito radical. Como é o caso da aluna Graziela Calis, de 40 anos. “A comida viva tem muito mais sabor”, conta.
O militar Rodolfo Galvão, 26, diz que é uma ótima alternativa para quem quer cortar coisas industrializadas.

Quem quiser ter aulas avulsas é só procurar o culinariaviva.com.br. A próxima imersão presencial será de 3 a 5 de abril no ateliê da Juliana, em Itacoatiara.

É bom para o corpo, mas...

A nutricionista Vânia Barberan afirma que a alimentação viva é muito benéfica para o corpo, mas exige alguns cuidados para não ficar desnutrido. “A vitamina B12, presente somente nos alimentos de origem animal, deve ser suplementada. Além disso, é bom estar com os exames bioquímicos sempre em dia, para acompanhar a taxa de ácido fítico, um elemento que causa perda na absorção de minerais e vitaminas”, destaca.

Mas, no geral, é uma dieta que oferece grande vitalidade e pode evitar doenças. “O Instituto do Câncer (INCA) divulgou em 2010 que, para prevenir o câncer, o recomendável é que uma pessoa consuma 300g de carne por semana e 600g de frutas, legumes e verduras por dia. Isso é mais fácil para quem opta pela alimentação viva”, aponta.

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